A jornalista Jessica de Almeida revelou em sua conta pessoal do Twitter uma apuração extensa que realizou ao acompanhar anonimamente o grupo 300 do Brasil.
A militância de extrema direita organizada pelos 300 do Brasil promete instaurar uma “contrarrevolução”, para isso realizam desde o dia 1 de maio um acampamento de característica paramilitar, onde oferecem aos envolvidos táticas de guerra da informação, treinamento com especialistas em revolução não violenta e palestras sobre a conjuntura social e política do país.
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O slogan do grupo para atrair novos membros é “o maior acampamento pelo fim da corrupção e da esquerda no Brasil” . Nas publicações feitas em chats privados, os organizadores instigam aqueles que aderiram ao treinamento com frases que dizem “você não é mais um militante. Você agora é um militar”.
A organização criou uma campanha de arrecadação de recursos para viabilizar a realização do acampamento. A meta do grupo era arrecadar R$ 50 mil, mas até o momento mais de R$ 62 mil foram doados. São estabelecidos os objetivos do treinamento que envolvem: recuperação da soberania nacional; independência econômica em relação à China; restauração da democracia no Brasil garatindo governabilidade ao poder Executivo; maior envolvimento do povo no processo de tomada de decisão; combate ao totalitarismo de esquerda e à corrupção da classe política tradicionais.
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Os 300 do Brasil declaram na apresentação do projeto que procuram pessoas dispostas a dar sangue, suor e sono para realizar as ações propostas. O valor arrecadado será utilizado para a manuntenção do “quartel general do grupo”, com estrutura para 200 beliches e acomodações necessárias para homens e mulheres.
Jessica publicou uma thread no Twitter onde compila as informações apuradas sobre os metódos e planos deste agrupamento paramilitar. O exterminío da esquerda é uma ideia constante. O grupo também tem ligação com Sara Winter, seguidora de Olavo de Carvalho que se intitula “ex-feminista”, hoje uma das grandes representantes da extrema direita.
As agressões vistas em Brasília podem não parar por aí. Os organizadores dos 300 do Brasil afirmam que eles são “só o começo”. Nos grupos, treinamentos, recomendações para “roupas adequadas pra treinamentos físicos de combate” e participantes proibidos de fotografar.
Explico?
— Jessica de Almeida (@jsscdealmeida) May 4, 2020