O Brasil registrou 340.887 casos e 21.678 mortes causadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Além de ser o segundo país mais afetado pela doença em todo o mundo – atrás dos Estados Unidos -, o Brasil também ostenta os piores resultados de testes.
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Desde o começo da pandemia, o país realizou apenas 735.224 testes para identificar o novo coronavírus. O número é bem inferior aos testes realizados por Estados Unidos (14 milhões), Rússia (8 milhões), e Espanha (3 milhões). A completa cegueira do Brasil na crise causada pela Covid-19 repercutiu de forma negativa na imprensa internacional.
América do Norte
“Enquanto médicos lutam com bravura para salvar vidas, o presidente Jair Bolsonaro está mais interessado em outro paciente: a economia do país”, afirma a CNN Internacional . A rede americana enviou um correspondente para acompanhar o trabalho dos profissionais da saúde que lutam contra a Covid-19 na periferia de São Paulo.
De acordo com uma das funcionárias, por conta da baixa capacidade de testagem, a orientação é que eles sejam feitos em pessoas com pelo menos três sintomas da doença. No Hospital Emílio Ribas, médicos contaram à CNN Internacional que os comentários do presidente Jair Bolsonaro são revoltantes.
Também nos Estados Unidos, a Sky News destaca que o Brasil discute afrouxar o isolamento no pior momento da pandemia do novo coronavírus. “No Rio de Janeiro, o prefeito afirma que deseja reabrir o comércio não-essencial nos próximos dias. Em São Paulo, a cidade mais afetada, o cemitério da Vila Formosa não está dando conta da grande quantidade de corpos”, destaca a rede americana.
Europa
A agência de notícias Euronews destaca o jogo sujo de Bolsonaro contra a Covid-19. “O presidente deixou claro que a economia é sua prioridade, lutando contra o isolamento social. Ele já perdeu dois ministros da Saúde durante a crise: um foi mandando embora e o outro pediu demissão”, afirma a rede pan-europeia.
A Euronews também ressalta a cegueira do Brasil sobre o verdadeiro número de contaminados. “É um país com mais de 200 milhões de pessoas”, afirma.
Já a revista científica britânica Nature afirma que remédios devem ser receitados pelo médico, e não pelo presidente, fazendo referência à autorização do uso da hidroxicloroquina. Não há evidências de que o medicamento aprovado por Bolsonaro seja eficaz contra o novo coronavírus. Estudos recentes comprovam que pacientes que recebem a cloroquina têm mais chance de morrer.