Na tarde de quarta-feira, quando anunciou o plano de flexibilização da quarentena no Estado de São Paulo, o governador do estado, João Doria, e seus assessores promoveram em torno de duas horas de apresentação. O mapa de classificação das regiões foi mostrado em três minutos deste período.
Antes ou depois disso nenhuma palavra sobre os dados detalhados de cada região, apenas uma previsão de que a equipe iria fazer contato com os prefeitos.
Nesta sexta-feira, 48 horas depois, o prefeito Daniel Alonso anunciou que Marília não vai cumprir a regra estadual. E o pior. Disse que não recebeu as informações anunciadas e nem teve resposta a um pedido de esclarecimentos.
As parcas informações permitem imaginar que a evolução dos casos nos últimos dias em Marília poderia ter puxado a classificação para baixo. Mas isso é muito pouco. Primeiro porque não há informações diretas sobre isso e depois porque os dados tratam da região.
Quais foram as análises finais em cada região na contabilidade dos critérios? E mais que isso: que medidas foram direcionadas em cada região? Vai ser problema dos prefeitos resolver se faltam leitos na região? Vai haver mais testes?
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O resultado é que Marília vai para flexibilização em meio a uma queda de braços e preocupação com a saúde e economia. Qual o nível de segurança no trabalho ou nas compras?
Sem informação não dá para saber quem está certo. Sem articulação correta com os municípios o que Doria faz é bem próximo do que o presidente Jair Bolsonaro fez com os estados.
Falta de informação é um problema histórico nos serviços públicos. A epidemia reforçou esse apagão em diferentes sentidos, tanto na saúde quanto na economia.
E nesse ponto faltou ao governador João Doria obedecer um dos termos que mais repete em seus discursos: procure informação confiável, as fake News prejudicam a ciência. Combate as fake News, governador. Dê informação e encaminhamento dos problemas.
