Faa Morena é um daqueles exemplos de profissionais apaixonados pelo que fazem. Psicóloga por formação, a apresentadora, que está à frente do programa “Ritmo Brasil”, nas noites de sábado, da RedeTV! , mergulhou no múltiplo universo das artes: a TV, a escrita e, claro, a música. Não à toa, relembrou que Elis Regina, Jair Rodrigues e Roberto Carlos foram sua fonte de inspiração. Boa de conversa, ainda fez um balanço de sua trajetória. “Estou satisfeita e, quando olho para o trabalho que construí, me sinto orgulhosa. Tudo feito com dignidade e respeito à nossa cultura popular”, sintetizou. Pensa que acabou? Não. Aos 62 anos, ela se prepara para assumir um dos papéis mais importantes de sua vida: ser avó em breve. “Não vejo a hora da chegada da Suzanne, que já se faz presente na família”, revelou, sem esconder a ansiedade e a animação.
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Agora, vamos contar um pouquinho do histórico da multifacetada artista no universo das causas sociais — e, em especial, da sua relação com a Casa Ronald McDonald, em Moema, na zona sul de São Paulo, que investe em projetos de combate ao câncer infantil. Na semana passada, Faa cortou e raspou os cabelos durante uma transmissão ao vivo no Instagram e afirmou que era a realização de um sonho de adolescência e que a doação dos fios será feita ao instituto. “Gostei do resultado. Um sentimento indescritível poder ajudar uma causa tão nobre.” E não para por aí. Quando o assunto são os interesses plurais, ela vai da política à pandemia mundial em uma mesma conversa. Com exclusividade ao iG Gente , Faa respondeu às 15 perguntas da Coluna Marcelo Bandeira. Vem que é papo dos bons!
1) Está sentindo falta do estúdio e do “Ritmo Brasil”?
Estou sentindo muita falta, percebi isso no programa do último sábado em que pude ver o estúdio todo e me bateu aquela saudade.
2) Como está sendo fazer entrevistas por meio de uma conferência de vídeo com seus convidados?
Estou adorando fazer essas entrevistas, uma nova forma de trabalho que traz intimidade e possibilita uma abertura maior de convidados.
3) Você consegue relaxar na quarentena ou sua mente criativa fica a mil?
Não tenho conseguido criar muito, já que tenho feito muitas coisas manuais necessárias, uma delas, cozinhar, o que leva tempo. Minha criatividade tem ido direto no trabalho com a RedeTV! e nas lives, mas minha mente tem trazido coisas remotas, que talvez não viessem, se eu continuasse nas distrações do dia a dia. Talvez saia alguma coisa interessante dessa experiência em nível de contos e histórias.
4) Por que resolveu raspar os cabelos? Eles serão doados para alguma instituição?
Desde a minha adolescência, tinha vontade de ver o meu rosto no “nu e cru”. Consegui realizar esse sonho. Gostei do resultado! Enquanto pensava nessa realização, fomos vendo a possibilidade de fazer a doação dos fios de cabelo, o que deu supercerto e me deixou mais feliz ainda. Daí, a doação para a Casa Ronald, com a qual trabalho há alguns anos.
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5) E a expectativa para a chegada de Suzanne, sua neta?
Não vejo a hora da chegada da Suzanne, que já se faz presente na família. Tudo o que fazemos por aqui, citamos a lindinha. Minha neta vai nascer numa família que a ama demais.
6) É importante que figuras públicas se posicionem politicamente?
Acredito que estamos vivendo transformações políticas, e muitos opinando a respeito dos ocorridos, desde a época em que o país estava quebrando, ao fim do mandato do PT. Isso é muito positivo! Mas o que vejo é que muitos personagens públicos se posicionam somente pela emoção. Política é muito mais do que seres políticos. É ideal, é busca de melhorias para o povo como um todo. Por isso, tem que se ter muito cuidado ao se pronunciar.
7) Como lidar com um presidente como Bolsonaro?
Como lidar com tantos presidentes adequados ou não que o Brasil teve? O povo está aprendendo. Estamos na escola da política brasileira.
8) Como coexistem em você a psicóloga, a cantora, a escritora e a apresentadora?
Todos esses perfis conversam entre si. Quando canto, tanto para alguém, além de mim, ou mesmo quando apresento, quando entrevisto, quando escrevo. As relações humanas conversam com as artes, e vice-versa.
9) Há quem diga que não dá para ganhar dinheiro vendendo livro no Brasil. Concorda? Por quê?
Com as mídias sociais, a leitura tem sido mais imediata, e isso satisfaz. Não existe o certo ou o errado. Mas eu, pessoalmente, gosto de degustar, de me aprofundar nos temas, de ler livros com muitas páginas. Quanto a ganhar dinheiro, de fato, colegas que escrevem têm de viver de outras funções profissionais. São poucos os que sobrevivem somente pela escrita, infelizmente.
10) Quando faz um balanço desses anos de carreira, está satisfeita com tudo o que construiu?
Estou satisfeita e, quando olho para o trabalho que construí, me sinto orgulhosa. Tudo feito com dignidade e respeito à nossa cultura popular.
11) Você acredita que a TV vai perder relevância nos próximos anos?
Essa continua sendo uma incógnita. Diziam que o rádio ia terminar, e eu ouço rádio o dia inteiro, porque vivo dentro do carro. Nosso país consome TV de manhã, à tarde e à noite. Se terminar, não estarei aqui para ver (risos). Mas temos muitas outras opções de áudio e de conteúdos para o aprendizado pessoal, de acordo com nossos próprios interesses.
12) Joga seu nome no Google para saber o que estão falando de você?
Não. Normalmente fico sabendo das coisas pela minha assessoria, que é extremamente eficiente. Não perco tempo com isso.
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13) Quem foi o artista que lhe fez querer ser artista?
Elis Regina, Jair Rodrigues e Roberto Carlos. Todos cantores, todos apresentadores.
14) E os rumores de que estaria vivendo um novo relacionamento, eles procedem?
Todos os dias, eu vivo novos relacionamentos com pessoas interessantes, que, muitas vezes, são as mesmas pessoas. Mudamos todos os dias, não é verdade? (risos)
15) Você estrelou um ensaio sensual aos 62 anos e foi bem elogiada. Como se preparou para esse desafio específico?
Meu primeiro ensaio sensual foi aos 60 anos. Quis fazê-lo, com o propósito de mostrar às mulheres que elas podem ser maravilhosas em qualquer idade. Podemos perder características físicas, mas a nossa sensualidade permanece até o fim. Ela está nos gestos, no olhar e no jeito de sorrir. Como gostei de fazer o ensaio aos 60, resolvi fazer outro aos 62. Quem sabe agora, careca, eu não faça outro? (risos)