Comerciantes de cidades do interior de São Paulo começam a adotar medidas de segurança para a reabertura de serviços não essenciais nesta segunda-feira (1º). As medidas seguem o que foi estabelecido no Pacto Regional assinado pela prefeitura de Marília, Jundiaí, Bauru e Sorocaba e outras 35 cidades da região e são compatíveis com o Plano São Paulo, conjunto de orientações do governo do estado para a retomada das atividades.
De acordo com as orientações, bares, restaurantes, lanchonetes, sorveterias, docerias e similares estão autorizados a fazerem o atendimento ao público com até 40% da capacidade, somente mesas ao ar livre ou com plena capacidade de ventilação natural. O horário de atendimento ao público está reduzido a seis horas seguidas e salões internos devem permanecer fechados.
Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel Nacional), Paulo Solmucci, a retomada deve considerar a realidade do município. “Esse movimento de retomada que está acontecendo em algumas cidades e regiões é uma etapa natural no enfrentamento ao coronavírus, que leva em consideração a realidade da pandemia naquele local e as medidas adotadas pelo governo. Mas, para isso, é fundamental que haja transparência e diálogo nesse processo de planejamento da reabertura do comércio e que o poder público embase as decisões em informações técnicas e não em critérios políticos. Esperamos que esse movimento nas cidades do interior de São Paulo seja bem-sucedido e possa inspirar a capital [São Paulo] a planejar de forma mais clara os próximos passos”.
Retomada segura
A Abrasel criou um site com orientações para o planejamento da retomada segura das atividades de bares e restaurantes pós crise. As orientações podem ser acessadas no site da entidade.
Com uma série de ferramentas capazes de conectar pessoas, conhecimentos e oportunidades em torno de áreas de interesse comum, a ideia é que os usuários possam se apoiar de forma prática, expansiva e gratuita.
“Todo mundo que trabalha no setor seja empresário, garçom, contador, consultores e até mesmo advogados podem fazer parte da Rede Abrasel, mesmo sem ser nosso associado”, explica o presidente do Conselho de Administração da Abrasel, Paulo Nonaka. “Esse ambiente foi pensado justamente para aproximar as pessoas, enriquecendo os diálogos e troca de informações para construirmos juntos soluções para um setor mais produtivo, ajudando até quem está em áreas mais afastadas ou conta com menos recursos”, reforça.
Negociação de aluguéis
A Abrasel em São Paulo também disponibilizou, de forma online e gratuita, uma cartilha sobre negociações de aluguéis para ajudar a gestão de empresários de bares e restaurantes em todo o Brasil.
O documento aborda a busca do reequilíbrio contratual, ações judiciais e fundamentos jurídicos, rescisão sem pagamento de multa e disponibilidade de imóveis comerciais após a crise.
Para o presidente da Seccional Abrasel em São Paulo, Percival Maricato, o empresário do setor de alimentação fora do lar deve estar ciente de todos seus direitos e deveres em relação ao imóvel. Ele conta que o gasto com aluguéis dos imóveis comerciais utilizados pelas empresas costuma passar dos 4% do custo total dos negócios.
“Enquanto durar a crise do Coronavírus é imperativo que as empresas, que reduziram ou até deixaram de faturar, tentem diminuir esse custo, tanto como os demais, em todas as áreas de atividade; é uma questão de sobrevivência, é justo buscar reequilíbrio dos contratos”, diz.