O auxílio emergencial de R$ 600 foi criado para conter a crise econômica no país, em razão do avanço do novo coronavírus (Sars-coV-2). Todavia, o benefício não tem chegado a muitas pessoas que teriam direito a ele.
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A professora particular Fernanda Sodré, de 34 anos, por exemplo, mora em Belo Horizonte (MG), mas teve o acesso ao dinheiro bloqueado, sob a justificativa de residir no exterior.
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“A primeira parcela foi depositada, e eu deveria receber a segunda no dia 20 de maio. Mas não caiu na conta. Liguei para o teleatendimento e, então, fui informada de que não estava mais apta ao benefício. Quando o aplicativo foi atualizado, apareceu que o pagamento tinha sido cancelado, pois foi constatado que eu moro no exterior. Mas eu nunca morei fora do Brasil”, conta ela ao Extra .
Após dois dias exibindo essa mensagem — e sem instruções de como proceder em caso de erro na informação —, o aplicativo mudou o status de seu pedido para “em análise”. E mais de dez dias depois, assim permanece.
“Eu dava aulas particulares, e a maioria dos meus alunos interrompeu o serviço na quarentena. Estou sem remuneração. Tive uma ajuda financeira da minha mãe. Mas, mesmo com isso, cancelei a TV a cabo e não estou conseguindo pagar a escola da minha filha de 3 anos”, lamenta Fernanda.
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Em recente análise, a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que 22.942 mil titulares de CPFs com domicílios fiscais fora do Brasil receberam o auxílio emergencial , contrariando um dos requisitos do governo para recebê-lo. Procurada, a Dataprev (empresa de processamento de dados do governo federal) não se manifestou.