Em coletiva nesta segunda-feira, 8, o Ministério da Saúde informou sobre mudanças na plataforma do boletim epidemiológico da Covid-19 no Brasil. A pasta ainda justificou atrasos no horário na divulgação durante a última semana e duplicação de dados de óbitos em 24 horas no último domingo, 8, como problemas técnicos.
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Élcio Franco, Secretário-Executivo Substituto da pasta, e Eduardo Macário, diretor do Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de doenças não Transmissíveis, se esquivaram de perguntas sobre a possível influência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos atrasos.
O secretário e o diretor foram questionados quanto às divergências no número de óbitos em 24 horas. Inicialmente, a pasta afirmou que no último domingo, 7, foram registrados 1.382 óbitos . Horas depois, o número foi de 565 .
A pasta explica que o ocorrido se deu pelo atraso por parte das secretarias estaduais em notificar os óbitos, seja por apuração dos municípios ou por fuso horário diferente ao do horário de Brasília. Por esse motivo, eles não entraram no balanço de ontem e devem ser computados amanhã.
Na última semana, o presidente Bolsonaro chegou a comemorar os atrasos dos números oficiais . Questionado sobre a influência do presidente na decisão e se ele estava tentando atrasar a divulgação, Franco se esquivou.
“Motivos foram técnicos. Estamos analisando a melhoria dos processos e precisamos de alimentação dos dados dos estados. Estamos bucando criar um meio de comunicação mais eficaz, com maior afetividade para gestores e população em geral com a nova plataforma”, afirmou.
Nova plataforma
Franco afirmou que o Portal da Covid-19, disponibilizado pelo site da Saúde, esteve em manutenção por uma otimização do sistema planejada pela pasta. O objetivo é que os dados sejam divulgados em plataforma interativa, em que seja capaz ter o maior controle das datas de ocorrências e mortes.
Segundo Franco, o novo formato será mais eficiente e auxiliará na adoção de medidas restritivas cabíveis à situação de cada município.
O secretário afirmou que a base de dados tornará o sistema mais “ágil e efetivo” ao separar, ainda, ocorrências de Covid-19, síndrome respiratória leve, síndrome respiratória aguda (SRAG) e H1N1.
Macário pontua que o prazo de publicação do boletim epidemiológico deve passar a ser a partir de 18h. Logo, as secretarias estaduais têm até 16h para encaminhar os dados. Caso não sejam enviados, entrarão no boletim do dia seguinte. Não foi informada uma data para a alteração das normas atuais.