Amor encarna? Toma corpo, vira gente?
Amor sai do abstrato, deixa de ser substantivo abstrato, e se concretiza?
Amor sorri de volta, olha de soslaio, de volta timidamente?
Amor tem cheiro de amor? Tal qual o cheiro de um bebê recém nascido?
Amor brinca de esconde-esconde, grita na chuva, faz barulho correndo em casa?
Amor cozinha tortas, faz sopa, brownie e churrasco?
Amor passa no mercado e pega cerveja favorita ou seleciona ingredientes para fazer aquele prato delicioso?
Amor manda mensagem para saber como você está, se melhorou da dor?
Amor é gente?
Amor é gente!
Tenho inúmeros amores encarnados, possuem nomes, endereços próprios, vidas e histórias.
De cor de olhos os mais variados, do cabelo idem, várias idades, gêneros, tamanhos.
Meus amores me tiram sorrisos, se não dos lábios, da alma.
Me trazem a sensação de plenitude quando estamos juntos.
Quando ouço suas vozes, suas histórias e gargalhadas.
Alguns nem sabem que são, outros tem certeza do lugar que ocupam aqui dentro.
Tive a sorte do amor ser composto de células, vísceras, fluidos, bactérias, glóbulos, ter braços, pernas, cabelos.
Tive a sorte de poder tocar o que amo, se não com os braços, com a alma.
Amor palpável é gostoso, aquele da rotina, do dia a dia.
Que conhece o seu melhor e pior, ainda te quer do ladinho gargalhando e contando besteiras.
Bom é reconhecer o amor em outro corpo, abraçar alguém que tomou forma de amor pra gente.
O amor cheio de falhas, mas real.
Adoro quando o amor tem hálito, cheirinho de suor e gargalha comigo.
Mas gosto mais ainda quando ao olhar para a carne, não vejo mais ela, só vejo amor.