Economia

Avon demite executiva acusada de manter idosa em condições análogas à escravidão

Avon demite executiva acusada de manter idosa em condições análogas à escravidão
 


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trabalho análogo à escravidão
Reprodução/MPT-SP
Idosa foi resgatada de situação análoga à escravidão em casa de executiva da Avon, que acabou demitida

A Avon demitiu Mariah Corazza Üstündag, executiva de 29 anos da empresa que foi indiciada por  manter uma idosa de 61 anos em condições análogas à escravidão em uma casa abandonada no Alto de Pinheiros, região nobre de São Paulo.

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A Avon disse lamentar o ocorrido e garantiu que vai prestar acolhimento à vítima, resgatada em condição análoga à escravidão após denúncias de vizinhos. A casa indicada na denúncia tinha diversas placas de anúncio de venda e estava trancada e vazia. A vítima foi encontrada em um quarto nos fundos do terreno, e a porta precisou ser arrombada para que ela fosse retirada.

Segundo a procuradora do trabalho Alline Pedrosa Oishi Delena, que assina o pedido judicial e acompanhou toda a operação, o quarto em que a vítima vivia era uma espécie de depósito sem banheiro e com cadeiras, estantes e caixas amontoadas. Um sofá velho com colchonetes era utilizado como cama por ela.

Presa em flagrante após o resgate da vítima na quinta-feira (18),  Mariah Corazza Üstündag foi solta após pagar fiança de R$ 2.100. Dora Üstündag, 36, seu marido, também foi indiciado, mas não chegou a ser preso.

Demitida pela Avon, Mariah ocupava o cargo de gerente de marketing da área de fragrância na empresa. Após o caso se tornar público por meio de reportagem da Folha de S.Paulo , ela também desativou seu perfil no Linkedin. A executiva de 29 anos é filha de Sônia Corazza, reconhecida consultora na indústria de produtos de beleza no Brasil.

“Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia e a Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima”, anunciou a companhia, que reforçou “compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética”.

Em depoimento, Mariah afirmou que a empregada tinha e sempre teve “amplo acesso à residência” e que o portão que dava acesso à lavanderia, onde havia um banheiro, só foi fechado na véspera da operação policial que resgatou a vítima. Segundo ela, a justificativa é que havia uma obra no terreno vizinho e que ela tinha receio de que a casa fosse invadida.

Nesta quinta-feira (25), a Justiça do Trabalho atendeu uma parte de pedido do Ministério Público do Trabalho e bloqueou a casa de Mariah e Dora, para garantir que ela não seja vendida até o fim do processo. A vítima conseguiu a liberação de três parcelas do seguro-desemprego .