O Projeto “Live com os Editores” realizado pelo Programa de Pós-graduação em Direito (PPGD), pelo Mestrado Interdisciplinar em Interações Estruturais e Funcionais na Reabilitação e pelo Grupo de Pesquisa Organizações Competitivas e Inovadoras, da Universidade de Marília (Unimar) realiza na próxima segunda-feira, dia 27 de julho, edição especial com a participação de quatro pesquisadoras que vão discutir sobre “A Produção das Mulheres no Contexto da Pandemia”. O evento acadêmico será realizado por videoconferência a partir das 18h.
De acordo com um dos coordenadores do evento, o docente Dr. Valter Moura do Carmo, o projeto visa esclarecer as principais dúvidas e aproximar os pesquisadores dos mais renomados editores de revistas acadêmicas do Brasil e exterior. “Uma vez por mês recebemos os profissionais, de diversas áreas, para que apresentem suas revistas e integrem a discussão sobre pontos relacionados a produção de artigos, originalidade, autoplágio, impacto das publicações, regras do Qualis, entre outros”, explica.
No próximo debate, as convidadas são as bolsistas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a editora da Revista Estudos Feministas e docente do PPGH e do PPGICH da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Cristina Scheibe Wolff, a vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Universidade de São Paulo (USP), Maria Angélica Miglino, a editora da Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito Agrário da UFG, Dra. Maria Cristina Vidotte Blanco Tarrega (UFG) e a editora da Revista de Empreendedorismo e Pequenas Empresas: ANEGEPE e docente do PPGA da Universidade Nove de Julho (Uninove), Vânia Maria Jorge Nassif.
Segundo a docente da Universidade Federal de Goiás (UFG) e editora da Revista de Direito da UFG, Dra. Maria Cristina Vidotte, é fundamental a discussão, porque a situação das mulheres no meio acadêmico ainda é desigual. “Os efeitos da pandemia foram muito impactantes na vida das mulheres em geral, nas diferentes áreas profissionais, e mesmo para aquelas que se dedicam exclusivamente à vida doméstica. Isso por motivos vários, mas notadamente pela sobrecarga de tarefas que incidiram sobre nós. Associar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nesse universo acadêmico àquelas trazidas pela pandemia de COVID 19 nos põe diante de um cenário de graves problemas afetos ao mundo acadêmico e que devem nele ter soluções. Daí a importância desse debate, nesse momento. Extremamente feliz a proposta de discussão desse tema no âmbito da academia, para que olhemos essa realidade de frente e tentemos encontrar caminhos para mudá-la”, ressalta.
Para a docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Coordenadora Editorial da Revista Estudos Feministas, Dra. Cristina Scheibe Wolff, discutir o tema da produção científica das mulheres é extremamente importante para o meio acadêmico. “Em muitas áreas do conhecimento, as mulheres são a grande maioria das produtoras de ciência e mesmo em áreas predominantemente masculinas, a contribuição das mulheres vem aumentando e é muito importante que se consolide. As condições impostas pela pandemia dificultam especialmente a vida das mulheres, pois vivemos em uma sociedade machista em que elas são as responsáveis por toda uma série de trabalhos de cuidados, mesmo que também trabalhem ‘fora de casa’. Há denúncias e indícios de que neste período de pandemia, o número de artigos e produções das mulheres diminuíram muito em diversos periódicos, ao passo que a produção dos homens aumentou. Assim precisamos debater sobre as reais condições de trabalho das mulheres cientistas e acadêmicas e sua sobrecarga, que a pandemia coloca a nu”, destaca.
A professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Maria Angélica Miglino, diz que é preciso aproveitar o momento para ser realizado a reestruturação “As mulheres têm abraçado a carreira acadêmica com muito carinho e dedicação, sendo responsáveis por grandes descobertas. No tempo da pandemia, a mulher assumiu vários papéis, mas eu vejo que a mulher tem muita habilidade e jogo de cintura por isso consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo. É importantíssimo discutir a produção científica e a carreira acadêmica, porque só a pesquisa faz com que o país ande para frente, e neste momento precisamos discutir e repensar ações para melhorar esta produção, colocando as mulheres com líderes de grupos de pesquisa”, enfatiza.
Ainda segundo ela, a Universidade de Marília mesmo diante de tantas dificuldades continuou inovando. “A Unimar tem saído na frente em muitas ações, antes e depois da pandemia. Foi uma Universidade que apostou no ensino a distância e acertou, porque conseguiu manter as aulas aos alunos, constituiu um núcleo que apoio os professores e selecionou os conteúdos. São claros os objetivos, em termo de Pesquisa e Pós-graduação, e muitos projetos têm sido criados e a própria direção sinaliza para a produção científica. Ressalto, saindo a frente de outras. A Unimar acredita que é na crise que se cresce, eu realmente tenho que aplaudir esta Universidade”, finaliza.
A “Live com as Editoras” será on-line, aberta ao público, com transmissão a partir das 18h pelo canal do PPGD UNIMAR no YouTube: https://www.youtube.com/ppgdunimar.