Um grupo de educadores de Marília lançaram nesta sexta-feira uma carta e um manifesto online contra a retomada das aulas presenciais nas escolas da cidade, uma decisão que depende da prefeitura.
O documento diz que o retorno das atividades presenciais com a pandemia ainda presente cria uma situação sem garantias de segurança à comunidade escolar. O governo do estado, que provocou a suspensão das aulas em março deste ano, transferiu para as prefeituras a responsabilidade, tanto para rede municipal quanto para escolas estaduais e privadas.
A Prefeitura de Marília anunciou que uma reunião do comitê especial de enfrentamento da epidemia com a participação de especialistas da Educação deve definir a questão. Previa a realização de um encontro nesta semana, o que não aconteceu. A próxima reunião do comitê está marcada para o dia 9, após a data de eventual abertura.
A carta reconhece que o modelo de ensino virtual cria prejuízos ao processo de ensino e aprendizagem, inclusive por dificuldade de acesso para alunos em famílias de baixa renda, mas que a retomada presencial é um risco físico.
“É possível recuperar ou minimizar os efeitos de todo esse período sem aulas no escasso período de dois meses, somente com 35% de estudantes, em sistema de rodízio, e com 40% dos docentes impedidos de retornar por integrarem o chamado “grupo de risco”?”, diz a carta divulgada na internet e em redes sociais.
O documento cita ainda casos de cidades no Brasil e outros lugares do mundo em que a retomada das aulas foi acompanhada por evolução dos casos de contaminação (veja o texto na íntegra).
Além da mensagem, o grupo lançou um manifesto online com questionário para que a população responda se apoia a ideia. O acesso é feito com registro de um endereço de email – clique para acessar o questionário).