Um estudo com resultados preliminares e parciais apontam que a vacina desenvolvida pelo grupo Johnson & Johnson contra a Covid-19 é segura e induziu resposta imune mesmo após uma única aplicação. Os dados são referentes a uma parte dos participantes das fases 1 e 2, conduzidas de forma conjunta.
A imunização foi a quarta a obter autorização de testes de fase 3 no Brasil, em agosto; na semana passada, a empresa anunciou que começaria a terceira etapa em todo o mundo, com 60 mil voluntários. No Brasil, segundo a Anvisa, haverá 7 mil participantes.
Os testes
Nas fases 1 e 2, ao todo, os testes foram feitos com 796 participantes, divididos em 3 grupos (que não tinham, necessariamente, a mesma quantidade de voluntários cada um). Dos 3 grupos, 2 tinham voluntários com idades de 18 a 55 anos. O terceiro grupo tinha voluntários com 65 anos de idade ou mais (394 pessoas).
De acordo com os resultados, os pesquisadores concluíram que a geração de anticorpos foi similar nos participantes com idades de 18 a 55 anos e nos que tinham 65 anos ou mais.
Os efeitos colaterais mais comuns foram febre, fadiga, dor de cabeça e dor no corpo. A febre foi de leve a moderada, e se resolveu de 1 a 2 dias após a vacinação.
A melhor forma de continuar estudando a vacina é aplicá-la em dose única, com a menor dose testada – porque ela foi suficiente para induzir uma resposta imune satisfatória e gerou efeitos colaterais menos intensos nos participantes.
“Todas as outras vacinas de Covid-19 atualmente em desenvolvimento requerem duas doses, enquanto as respostas de anticorpos neutralizantes em todos os participantes relatados foram obtidas após uma única dose de Ad26.COV2.S”, destacam os cientistas no estudo.
“Uma vacina eficaz de dose única teria vantagens sobre uma vacina de duas doses em termos de implementação, especialmente durante uma pandemia”, pontuaram os pesquisadores.
“A potência de uma única vacinação com nossa vacina candidata Ad26.COV2.S é apoiada por nosso estudo recentemente relatado em primatas não humanos, em que uma única dose forneceu proteção completa contra a replicação do Sars-Cov-2 no pulmão e quase completa proteção contra a replicação viral no nariz”, afirmaram na pesquisa.
Eles lembram, entretanto, que ainda não se sabe qual é a “quantidade” de resposta imune necessária para garantir proteção contra a Covid-19.