Alexander Gintsburg, chefe do Instituto Gamaleia, que produziu a vacina russa Sputnik V, disse, em entrevista à Reuters, que o ritmo de seu desenvolvimento foi necessário nas condições “de tempos de guerra” de uma pandemia, mas que não se está pulando etapas.
As declarações aceleram o passo de uma corrida global já frenética para acabar com a pandemia por meio de um imunizante contra o novo coronavírus. No Brasil, a Rússia negocia a sua vacina com os estados do Paraná e da Bahia, realizando vacinações públicas em massa.
De acordo com a reportagem da Reuters, alguns cientistas, incluindo cidadãos russos, temem que o país esteja priorizando o prestígio nacional em detrimento da segurança e de provas científicas robustas. Os pesquisadores do Instituto Gamaleia têm rejeitado a hipótese.
“As pessoas estão morrendo exatamente como em uma guerra”, disse Gintsburg, segurando um modelo de cristal do coronavírus na mão. “Mas este ritmo acelerado não é sinônimo, como parte da mídia insinuou, de pular etapas. De jeito nenhum”, complementou.
O chefe do laboratório disse ainda que sua equipe recebeu um cronograma apertado para produzir uma vacina, mas que todas as diretrizes para testar a segurança e a eficiência da Sputnik V foram seguidas.
Com o plano de publicar os resultados provisórios nos 42 primeiros dias de monitoramento dos voluntários, a Rússia poderia se tornar o primeiro país do mundo a anunciar qualquer dado de um teste de estágio avançado.