A auxiliar de limpeza Alessandra Cristina Costa Abreu, 31 anos, espera desde junho a definição de uma data para cirurgia de laqueadura após sete partos com complicações em dois deles e critica a falta de orientações e informações em Marília.
Alessandra teve os sete filhos em partos normais. Ela diz que uma das crianças, nascida de forma prematura, faleceu poucos dias depois. Conta que cria os seis filhos – com idades de 13, oito, seis, dois, um ano e a última, de quatro meses – com o marido, auxiliar de amarração, em um apartamento.
“Quero fazer a laqueadura pelo número de filhos e por minha saúde. Na última gravidez eu tive muitos problemas de pressão, foi pro hospital várias vezes”, diz a mulher. O procedimento promove a esterilização definitiva, é considerado de baixa complexidade e dura cerca de uma hora. Impede que os ovários entrem em contato com espermatozóides.
Ela conta que foi internada para o último parto no dia 25 de junho, com 39 semanas de gestação, e passou por procedimentos de indução para acelerar o processo. “Desde a indução minha pressão subiu muito, eu apagava e ouvia as enfermeiras falarem ‘fica comigo Alessandra’.”
Um documento do complexo HC mostra que ela deveria ser encaminhada para laqueadura em até 60 dias. A mulher diz que chegou a ser orientada para cirurgia logo após o parto, mas a equipe médica cancelou a cirurgia.
“Liguei lá e disseram para esperar agendamento que estava alterado por causa da epidemia. Ligava, ligava e não conseguia falar. Aí hoje consegui e disseram para esperar informações em outubro”, afirmou.
Alessandra Disse ainda que não passou por novos consultas após a gestação e começou a usar anticoncepcionais por contra própria. “Tomo injeção em farmácia. Não tem como eu engravidar novamente”, disse.
Em nota, o HC informou que a paciente tem consulta agendada para o dia 3 de novembro, às 8h, no ambulatório de ginecologia do NGA.