Marília

Simbólico: antes de Bolsonaro, cidade recebeu Goulart em 1963

Simbólico: antes de Bolsonaro, cidade recebeu Goulart em 1963

No vídeo em que anunciou a visita do presidente Jair Bolsonaro a Marília, o prefeito Daniel Alonso disse não lembrar de outro presidente da República que tenha inaugurado obra em Marília. Houve pelo menos um, e não poderia ser mais simbólico.

Em 4 de abril de 1963, quase um ano antes de ser deposto por um golpe militar, o presidente João Goulart esteve na cidade para inaugurar programa de habitação e participar de visitas.

Goulart esteve em solenidade no Tênis Clube, onde discursou, em cerimônia com a participação do então governador do Estado, Adhemar de Barros.

O presidente também visitou a fábrica da Bavária, depois transformada em Antarctica, onde inclusive tomou uma cerveja. Foi o grande evento na celebração do 34º aniversário da cidade.

O prefeito da cidade era Octávio Barreto Prado, o Tata, que hoje empresta nome ao poliesportivo do bairro Nova Marília.

João Goulart desfilou em carro aberto, teve encontro com autoridades e moradores na cidade. Uma placa na praça Saturnino de Brito lembrou a visita.

“Sinto-me particularmente feliz quando tenho a honra de chegar a esta jovem, valente e progressista cidade do Estado de São Paulo”, disse Goulart na abertura de seu discurso, divulgado na íntegra pelo jornal Correio da Manhã.

Goulart disse ainda no pronunciamento que não havia “mais lugar para agitadores” no Brasil. A história mostra que havia e muito. Em 31 de março de 1964, quase um ano depois, o golpe militar derrubou João Goulart e deu início à ditadura militar. Um álbum de fotos com acervo da Câmara de Marília registra momentos da visita.

Jair Messias Bolsonaro, 65 anos, atual presidente, havia acabado de completar nove anos quando os militares assumiram o país.

Oito anos depois entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e em 1973 ingressou na Academia Militar de Agulhas Negras, onde se formou em 1977.

Iniciou sua carreira política em 1988, como vereador no Rio de Janeiro e em 1991 chegou ao Congresso Nacional como deputado, cargo que deixou para ser presidente eleito em 2018, como defensor aberto do governo militar.

A chegada de Bolsonaro a Marília está marcada para quarta-feira, dia 11, em horário a ser confirmado.