
Uma paralisação de motoristas da empresa Grande Marília deixou todas as linhas na cidade sem atendimento ao público nesta terça-feira após semanas de atraso no pagamento de salários e em meio a uma campanha para reajustar tarifas do transporte coletivo.
Segundo o sindicato dos trabalhadores, a paralisação tem 100% de adesão dos aproximadamente 80 motoristas da empresa. A Grande Marília atende as zonas norte e leste da cidade, além do distrito de Padre Nóbrega
O presidente da entidade, Aparecido Luís dos Santos, disse ao Giro Marília que os salários de R$ 1.800 deveriam ser pagos no quinto dia útil. A empresa pagou 40% do valor e repetidas vezes prometeu novos pagamentos que não foram feitos.
“Como é que vai trabalhar carregando passageiro, ônibus lotado, devendo tudo e trabalhando sem receber?”, questionou o sindicalista.
Em dezembro de 2020 a AMTU (Associação Mariliense de Transporte Urbano), que representa as duas empresas da cidade – Grande Marília e Sorriso de Marília – apresentou à prefeitura um pedido de reajuste de 64% nas tarifas, que elevaria o custo da passagem dos atuais R$ 3,80 para R$ 6,24. Não há resposta oficial da prefeitura.
Aparecido disse que a discussão sobre as tarifas não é problema da categoria. “O problema de reajuste ou não é com a prefeitura e eles. Eu não fiz a concessão. Eles têm que bater na prefeitura. Por causa disso sacrificar o trabalhador não existe.”
O Sindicato informou ainda que a empresa Sorriso de Marília, que divide com a Grande Marília o serviço de transporte na cidade, também atrasou, mas fez pagamentos de forma parcelada e deve completar total dos salários nesta semana.
“Quem está padecendo o usuário. Não considera nem o usuário, vai considerar o motorista?”, disse o sindicalista. “Aqui tem motorista que paga aluguel, que paga pensão pros filhos. O cara pode ser preso por atraso”, completou.
Em nota oficial, a Grande Marília diz que “lamenta a paralisação, mas com uma tarifa congelada desde março/2019, sem nenhum auxílio emergencial da Prefeitura durante o período de pandemia e tão pouco uma avaliação quanto ao pedido de reajuste já protocolado, não há mais fluxo de caixa para o pagamento dos salários. Sem auxílio da Prefeitura não tem como haver previsão para o pagamento.”