O chef de cozinha Allan Credendio Sales, um mariliense formado em Gastronomia e Comunicação pelo Senac e Turismo pela Unimar, vai coordenar todo o programa de alimentação da comitiva brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Allan está no Japão há quase dois anos para preparar o trabalho. Recebeu o convite a partir da experiência em grandes restaurantes do Brasil e do mundo.Já visitou países como Turquia, Irlanda, Filipinas e Thailandia, para conhecer um pouco mais da cultura gastronômica local e aprimorar seus conhecimentos.
“Comecei cedo, primeiro como ajudante de cozinha, depois virei cozinheiro e assim fui subindo de cargo, até virar um Chef. Hoje vejo que todo conhecimento que adquiri, seja em um país distinto ou até mesmo em um simples boteco da minha cidade, me serviram como base para o meu crescimento profissional.”
O chef de Marília vai coordenar sete cozinhas que funcionarão durante a aclimatação e treinamento. Além do trabalho, aproveita seu tempo livre para conhecer a fundo cada vez mais a cultura gastronômica japonesa e de outras regiões.
Como os atletas chegam antes do início dos jogos, serão montadas bases de funcionamentos nesse período de pré jogos nas cidades de Sagamihara, Ota, Miyagase e mais duas bases oficiais dos esportes marítimos de surf e vela que ficam em Enoshima e Chiba.
Após esse período de adaptação, será montada uma cozinha oficial em Chuo, em frente a Vila Olímpica, onde os atletas poderão optar pela comida brasileira fora da comida da Vila Olímpica.
“Em média, serviremos 35 mil refeições contando café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Serão quatro tolenadas de arroz, quase três toneladas de feijão, 2.800kg de carne bovina, 3.000kg de peixe, 2.500kg de porco e 2.800kg de frango e frios. Teremos apoio de 18 alunos do último ano de gastronomia de uma faculdade do Brasil que atuarão como estagiários e também vamos contar com a parceria de um fornecedor da cidade de Aichi.”
O novo desafio provocou grandes mudanças para reestruturar seu cotidiano do Brasil, acomodar o filho e a esposa que o acompanharam para esse novo desafio profissional. E já tem planos para novas viagens: após as Olimpíadas, pretende atuar em outro país.
“Quando comecei a cozinhar nunca pensei em ser cozinheiro o resto da vida, acho que quando lavei minha primeira alface na cozinha ou limpei o primeiro camarão a minha cabeça já estava focada em meu objetivo. Acredito que eu tenha hoje essa responsabilidade toda devido o meu esforço, dedicação aliados a um objetivo. Este é o maior desafio profissional da minha vida, mas ainda não é meu objetivo e quero muito mais. Não é fácil, mas corram atrás, vale a pena, eu costumo dizer que quem entra nessa profissão para ficar famoso está na profissão errada.”