A empresa de transportes Grande Marília, responsável pelas linhas de ônibus que atendem as zonas norte e leste da cidade, levou para Bauru pelo menos 15 veículos que estavam comprados para atendimento na cidade.
Segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas, Aparecido Luís dos Santos, a empresa não fez o pagamento de salários na sexta-feira e nem apontou data para regularização.
Uma reunião nesta segunda deve definir os próximos passos. Aparecido não descarta nova convocação de greve – a categoria já fez paralisação protesto e chegou a notificar greve em fevereiro, quando os pagamentos também atrasaram -.
O sindicalista informou ainda que já recebeu ofício com notificação de que a empresa pretende fazer no dia 31 de março a rescisão de todos os contratos. Ele projeta mais de cem demissões incluindo todas as categorias.
O ofício aponta ainda que a empresa pretende usar benefícios legais paraa demissões por motivo de força maior, previsto na CLT, que permite redução da multa por demissão – seria de 40% mas pode ficar em 20% neste caso -.
O Giro Marília pediu informações à empresa e aguarda manifestação oficial sobre o caso.
A transaferência dos ônibus acompanha a preparação da empresa para a rescisão do contrato de atendimento no município e um quadro de impasse na relação com a prefeitura e os funcionários.
Aparecido ainda que acompanhou a viagem dos veículos para Bauru. “São os 15 ônibus novos que compraram. Fui até lá ver.” Ele diz que a medida não impacta o atendimento na cidade e que os veículos existentes em Marília vão suprir a demanda.
E afirmou que a medida não cria riscos para discussão e eventual judicialização no caso das demissões. “Os funcionários são registrados em Bauru.”
A Grande Marília enviou em fevereiro um ofício para a Prefeitura em que manifesta decisão de rescindir o contrato por quebra do equilíbrio econômico-financeiro.
Aponta falta de reajustes ou subsídios que possam cobrir os custos e diz que a situação é antiga mas foi agravada pela redução do número de usuários durante a epidemia de coronavírus e a quarentena que reduziu circulação de pessoas.
Um estudo da Emdurb já enviado ao prefeito Daniel Alonso propõe reajuste das tarifas dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,50, com alta na faixa de 18%. A empresa diz que o valor é insuficiente para cobrir os custos.
Ainda de acordo com o sindicalista, a empresa Sorriso de Marília, responsável pelas linhas das zonas sul e oeste da cidade, pagou 40% do salário e já anunciou prazos pra completar a folha em dois pagamentos iguais.