O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Marília reforçou neste domingo a convocação de uma greve geral na empresa Grande Marília, responsável pelas linhas de ônibus que atendem as zonas leste e norte da cidade.
A paralisação foi convocada como forma de pressionar a empresa a pagar os salários atrasados de fevereiro. A greve pode atingir até 60 mil usuários. Não haverá paralisação na empresa Sorriso de Marília, responsável pelas linhas das zonas sul e oeste.
Segundo o presidente do Sindicato, Aparecido Luiz dos Santos, a empresa pagou apenas 50% do salário e atendido a categoria e apresentado informações. A Grande Marília enviou à entidade um pedido de suspensão do protesto com previsão do pagamento no dia 22.
“Levei para os trabalhadores e eles não aceitaram, pediram que a empresa abra negociação. Temos motorista com pedido de desligamento de luz em casa. Isso é triste. Trabalhar todos os dias e passar por necessidades sem a empresa dar satisfação.”
a greve foi convocada a partir de 0h da segunda, mas só deve ser efetivada por volta de 4h, quando sai o primeiro ônibus. Aparecido disse que a categoria espera novidades até a saída do carro. “Às 3h estarei na garagem acompanhando a chegada do pessoal e a orgamnização. Vai ter a greve, está tudo documentado. Infelizmente não vejo diálogo com os trabalhadores.”
Mas a eventual paralisação da Grande Marília compromete a integração de serviços. Moradores que dependem da empresa para cruzar a cidade ficariam sem acesso a um dos setores.
A Grande Marília já enfrentou uma paralisação em fevereiro e adiou uma greve geral após regularizar pagamentos. Mas anunciou que deixa a cidade no dia 31 de março e já notificou o Sindicato sobre demissão dos trabalhadores.
A empresa já levou para Bauru, onde fica sua sede, 15 ônibus que haviam sido comprados para atendimento em Marília.
A Grande Marília acusa falta de fluxo de caixa que seria provocado pela queda do movimento de usuários devido à epidemia e medidas de restrições e pela falta de reajustes nas tarifas.
A Emdurb apresentou um estudo que projeta passagens a R$ 4.50 na cidade – hoje custam R$ 3,80 – mas a empresa diz que o valor não é suficiente. Além disso, o estudo não foi transformado em medida de reajuste.