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Clarissa Pinheiro fala sobre reviravolta de Penha em "Amor de Mãe"

Clarissa Pinheiro fala sobre reviravolta de Penha em "Amor de Mãe"


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Pegando carona no anúncio dos episódios inéditos e no retorno da novela “Amor de Mãe” , de Manuela Dias, ao horário nobre da emissora dos Marinho, a partir desta segunda-feira (15), nada melhor do que bater um papo com uma das responsáveis por pegar o público de surpresa ao se transformar de justiceira em bandida. Trata-se de Clarissa Pinheiro, a intérprete da personagem Penha, que assumiu os negócios de Belizário, de Tuca Andrada, e se tornou cúmplice de Álvaro, vivido por Irandhir Santos.

Além de comemorar sua volta aos Estúdios Globo, após as gravações terem sido suspensas por causa da pandemia de coronavírus, a atriz, mesmo isolada em sua casa, revelou ter tido uma rotina corrida, cheia de reflexão e de novos projetos, como o espetáculo “Fronteiras Invisíveis”, ao lado da Cia Atores de Laura. “O que me angustiou no início foi a dificuldade de enxergar uma maneira de produzir conteúdo naquelas limitações”, garantiu em um dos trechos da entrevista exclusiva ao iG Gente. Confira!

1. Depois de parar as gravações, como você passou sua quarentena? Aprendeu novas coisas, descobriu dons, criou algo?

Ficar em casa nunca foi um problema para mim, porque sou naturalmente uma pessoa caseira. O que me angustiou no início foi a dificuldade de enxergar uma forma de produzir conteúdo naquelas limitações de confinamento. Até me envolver num projeto de teatro on-line, busquei investir naquilo que nutriria minha alma. Passei a praticar yoga com frequência e me dediquei ainda mais ao cultivo de plantas. Agora estou praticando corrida, porque a atividade física me faz muito bem, baixa minha ansiedade.

2. Voltar a gravar com novos protocolos e retomar uma história que estava em uma escalada impactante. Como foi esse retorno ao personagem e ao set?

Confesso que fiquei receosa se conseguiria retomar a novela no mesmo ritmo e pegada de quando paramos. Tantos meses se passaram… Será que acessaria a Penha com facilidade? Mas foi entrar no MG4, colocar o figurino, passar pela caracterização, caminhar pelos corredores do estúdio e pisar no set que a emoção voltou com tudo. Penha estava lá, o tempo todo. Estava quietinha, esperando ser chamada. Foi lindo gravar novamente com toda a equipe. Parecia um bando de astronautas naqueles EPIs, todo mundo mascarado, só os olhinhos de fora. Foi trabalhoso seguir os protocolos de segurança, mas foi necessário e valeu muito a pena.

3. Penha foi a grande surpresa de “Amor de Mãe”. Começou com uma esposa apaixonada, traída e que se tornou uma grande vilã. Já sabia dessa transformação? Como você construiu essa mulher?

Não sabia dessa transformação. A Penha foi sendo construída ao longo da trama, quando pudemos conhecer mais dessa mulher por meio de suas ações. Mas de uma coisa sempre tive certeza: ela era uma personagem forte que sabia gritar suas dores.

4. O que podemos esperar dela nessa reta final da trama?

O que posso dizer é que a Penha é esperta e sabe dar seus pulos. Vai surpreender a todos, tenho certeza. Digo isso porque o desfecho dessa personagem foi surpresa até mesmo para sua intérprete (risos).

5. Penha virou vilã para vingar o marido. Acha que um crime compensa o outro?

Penha agiu por amor, mas imbuída de ódio. Apesar da infinita dor que é perder alguém que se ama, ainda mais quando é de maneira injusta e covarde como foi a do Wesley, não acredito que a vingança seja a solução. O ódio é um sentimento que nos leva, muitas vezes, a agir irracionalmente. E o resultado disso pode ser catastrófico, como foi para Penha.

Você viu?

6. “Amor de Mãe” foi seu primeiro folhetim. Que análise faz desse trabalho?

Acostumada com o ritmo de gravação de séries e filmes, confesso que minha maior preocupação era saber se daria conta de gravar tantas cenas num mesmo dia. O ritmo é acelerado, mas felizmente deu tudo certo. Contracenei com uma galera casca-grossa e aprendi muito com cada um com quem joguei. Só gente fera. Gosto muito do resultado final. Sinto orgulho de fazer parte dessa trama tão linda. Foi uma estreia com pé direito.

7. Você chegou a fazer uma peça virtual com a renomada Cia Atores de Laura. Como foi a experiência? Quais as vantagens e as desvantagens desse formato?

Participar de “Fronteiras Invisíveis” foi muito legal. A possibilidade de produzir conteúdo artístico de qualidade, mesmo confinada, com uma companhia de teatro tão potente quanto a Atores de Laura ampliou meus horizontes. Minha casa se transformou num cenário durante três meses. Cada ator era iluminador e contrarregra da própria cena. Isso foi uma experiência e tanto!

Como qualquer formato, ele tinha vantagens e desvantagens. Uma coisa que considero superpositiva dessa forma de exibição é que ela tem um alcance global. Mas temos um grande problema, que nos assombrou durante as três temporadas: a instabilidade da internet. De qualquer maneira, entender que existe essa nova opção para se comunicar artisticamente é um grande avanço para a arte como um todo.

8. Aliás, como você vê o futuro do teatro, do cinema e da teledramaturgia com essas novas regras que tendem a durar ainda um tempo?

Acho que a palavra de ordem é adaptação. Se não formos flexíveis, criativos e corajosos, certamente sucumbiremos. No que se refere ao audiovisual, vejo que as filmagens estão voltando lentamente, com as equipes seguindo rígidos protocolos. No teatro, algumas companhias também retomam as apresentações nos palcos, porém com a plateia assistindo de casa, pelas plataformas digitais.

Vamos nos adaptando para não parar e seguiremos na luta para que nossos governantes entendam a importância de investir na cultura. Manter a segurança em gravações e produzir remotamente conteúdo artístico demanda recursos financeiros. A pandemia deixou muito claros o valor e a importância da cultura nas nossas vidas, na nossa formação enquanto cidadãos. Então, nada mais justo do que investir nesse setor.

9. Como pernambucana, do que sente falta da terrinha e o que já incorporou do carioca?

Sinto falta da família, dos amigos e das comidas! Nossa, viver sem sururu, aratu, caranguejo, ostra, agulha frita e arrumadinho de charque é difícil. Já dessa vida carioca, o que posso dizer é que sempre gostei do contato com a natureza, mas aqui no Rio me vi aplaudindo pôr do sol, escalando montanhas e pulando no mar gelado! Até disso gosto hoje em dia. No começo, entrar na água era puro sofrimento, agora sinto como um momento de revigorar as energias!

10. O que podemos esperar da Clarissa em 2021?

Estou estudando algumas propostas e espero estar, muito em breve, dividindo um novo trabalho com vocês!

Fonte: IG GENTE