A cidade de Marília comemora neste domingo, 4 de abril, 92 anos de emancipação político-administrativa em momento em que o pico da epidemia de Covid-19 ofusca problemas, desafios, debates e avanços, além de atrapalhar a comemoração pelo segundo ano consecutivo.
Longe da atenção dos moradores, situações como grandes obras, serviços gerais de saúde, Plano Diretor, turismo, meio ambiente ou atração de negócios tornam-se temas cada vez mais restritos a seletos grupos de interessados.
Veja alguns dos assunto que vão impactar a cidade e a vida em geral e que mereceriam mais atenção, mesmo com distanciamento social.
– Saúde
Além da qualidade, quantidade e estrutura de atendimento que historicamente causava polêmicas antes da epidemia, a cidade está em meio à organização de um processo de contrato dos serviços terceirizados do programa de atendimento para a Saúde da Família.
O serviços é gerenciado pela Gota de Leite, em contrato que é alvo de ordem judicial para mudanças e organização de um chamamento público que atrai interessados na cidade e de outros municípios.
Envolve a gestão de unidades de atendimento básico, contratação de pessoal, estruturação dos serviços rotineiros e movimenta um orçamento milionário.
Ainda na Saúde, desafios como reestruturação de pessoal, investimentos e serviços do complexo do Hospital das Clínicas, crescente judicialização de problemas com entrega de medicamentos, fornecimento de remédios de alto custo pelo Estado são alguns temas que a cidade arrasta e a epidemia ofusca.
– Geração de empregos e desenvolvimento
Um desafio nacional com muitas preocupações na cidade. Atração de empresas, fomento de pequenos negócios, capacitação profissional, espaço para jovens aprendizes são algumas iniciativas impactadas pela crise econômica decorrente da epidemia.
Projetos como o Parque Tecnológico além de avanços em outros setores como planejamento, turismo, meio ambiente influenciam atração de grandes marcas, crescimento de marcas locais, diversidade de indústria, comércio e serviços.
– Planejamento urbano
O modelo de desenvolvime3nto, ocupação de bairros, planejamento de investimentos de urbanização está em discussão com a necessária e atrasada revisão do Plano Diretor, que regulamenta estes e outros processos no crescimento da cidade.
A Prefeitura já produziu um documento básico de revisão que hoje está em discussão pelo Conselho Municipal de Habitação e Política Urbana. O órgão criou um site paras discutir as propostas, vêm promovendo lives e outros eventos online mas o tema passa longe da prioridade em associações de bairro, sindicatos, entidades de classe e moradores em geral
– Turismo
Um dos setores mais impactos pela epidemia, é uma área com potencial para negócios e também investimentos em estrutura da cidade, formação de parques, recuperação de e proteção de espaços naturais, investimentos com recursos estaduais e incentivo a diversos setores da economia na cidade.
– Meio Ambiente
Obras complementares para a estrutura de tratamento de esgoto, acompanhamento da qualidade nas estações inauguradas, coleta seletiva e reciclagem de lixo, ocupação urbana ao lado de áreas de preservação, controle de queimadas, proteção a animais, formação de parques são alguns dos assuntos na área que vão impactar o futuro da cidade e hoje seguem fechados a poucos grupos e profissionais.
Um grande aterro privado em fase final de construção na zona rural da cidade pode se tornar uma solução privatizada para serviço de destinação do lixo, envolve contratos milionários para atendimento a prefeitura de Marília e outras cidades.
– Mobilidade urbana
Planejamento de trânsito, zona azul, guias de calçadas, organização do transporte público em crise, novos corredores viários, marginais nas rodovias, falta de ciclovias, acessibilidade tratam cada vez mais da qualidade de vida, segurança, planejamento e oferta de serviços para circulação e movimentação na cidade.
– Administração
Plano de carreira dos servidores, evolução da crise do Ipremm, dívidas do município, ampliação de serviços em conservação, pavimentação, limpeza urbana, atendimento social, atendimento em creches, são situações de debate, mudanças e necessidades permanentes que a crise encobre e esvazia.
– Segurança
Na esteira da crise econômica agravada pela epidemia, desemprego, violência, tráfico de drogas são preocupações cada vez mais comuns. Ampliação da estrutura de serviços e perda de gestão nos comandos da polícia e bombeiros – a cidade tem cada vez menos autonomia e poderes no controle destes serviços estaduais – são alguns dos desafios a enfrentar.
– Grandes obras
Construção do Sesc Marília, remodelação da rodovia SP-294 com marginais e novos acessos viários, contorno e duplicação da rodovia BR-153, parques lineares, revitalização do centro, retomada da ferrovia para transporte de cargas, concessão do aeroporto da cidade, implantação do Hospital Oncológico no HBU são projetos milionários que vão modernizar, criar empregos, oferecer novos serviços, artrair público e negócios para a cidade.