Um lote com 2,3 milhões de medicamentos para intubação de pacientes graves com Covid-19 chega ao Brasil na noite desta quinta-feira (15), afirmou o Ministério de Saúde, em coletiva de imprensa realizada hoje.
Os remédios foram doados por um grupo de sete empresas ao Ministério da Saúde. A pasta informou que os medicamentos chegam por volta das 22h30 ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Desde o mês passado, os relatos sobre escassez desses medicamentos se tornaram cada vez mais comuns no país. Sobre o Ministério da Saúde se antecipar e comprar esses medicamentos para que não faltassem no Sistema Único de Saúde, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que “os estados também precisam procurar esses medicamentos, sobretudo os grandes estados”. “Não é só empurrar isso para as costas do Ministério da Saúde, é uma atuação tripartite, se instituições privadas buscam importações e trazem esses insumos para cá, por que grandes estados não fazem isso?”, questionou.
Kit intubação
O kit intubação é formado por medicamentos como anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares, fundamentais para intubar pacientes em casos graves de Covid-19.
Em março deste ano, o Ministério da Saúde centralizou as compras dos medicamentos do kit intubação. Ou seja, a produção dos laboratórios farmacêuticos que fabricam esses anestésicos foi encaminhada ao governo federal, que ficou responsável por realizar a distribuição aos Estados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Você viu?
Doria diz que enviou nove ofícios ao governo federal
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a gestão enviou nove ofícios sobre o risco de desabastecimento dos medicamentos no estado. “Em face desse cenário, é imprescindível o envio de medicamentos para o Estado de São Paulo em até 24 horas, minimamente para suprir o abastecimento de 643 hospitais para os próximos dias”, diz trecho do documento enviado ao governo Jair Bolsonaro.
Doria classificou a “centralização” da pasta como um “confisco”. “Não podem vender para municípios, governos estaduais nem instituições privadas. Ora, se houve esse sequestro, confisco, cabe ao ministério, sim, a responsabilidade de distribuir insumos a todos os Estados e municípios”, disse.
“Os medicamentos já foram encaminhados, inclusive atendendo ao governo de São Paulo e aos demais governos, em uma atribuição que os próprios governadores poderiam buscar esses medicamentos, seja no mercado internacional ou nacional, eles têm elementos para fazer isso e podem se associar ao Ministério da Saúde. Não adianta só ficar enviando ofícios para o Ministério da Saúde, temos que trabalhar juntos”, justificou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante a coletiva.