A demissão da funcionária Helena Damacena, que há dez anos atua no serviço de limpeza e manutenção do Complexo Famema, provoca repercussão nas redes sociais. Líder comunitária na zona sul da cidade, Helena mantém atividade constante e manifestações sobre gestão tanto no Complexo quanto nos serviços públicos.
A demissão foi anunciada pela própria Helena em uma postagem em que aponta motivos “óbvios” para sua demissão: suas manifestações pessoais.
“Quem acompanha a minha história, sabe dos meus posicionamentos políticos e de lideranças, seja no trabalho ou como presidente de uma associação de moradores. Nunca permiti que atrapalhasse o desenvolvimento nas horas de trabalho. Porém, não tinha conhecimento de que isso era considerado ato lesivo contra a honra e boa fama ou poderia até ser vistos como ofensas físicas praticadas por mim contra o empregador e superiores hierárquicos”, disse.
Afirmou ainda que sua luta continua, “agora com mais liberdade, afinal, não pertenço mais ao sistema”.
A mensagem foi divulgada em uma página de redes sociais registrada como O Outro lado do HC Famema, em que Helena fazia diversas manifestações mas que recebe também mensagens de outros servidores.
Três dias após a publicação, a página fez nova postagem com o título “um fato, várias indignações”, com interação de funcionários e mensagens de apoio a elogios à atuação de Helena como funcionária.
Mas a página tem também postagens em que as manifestações sobre a atuação do hospital são discutidas e rebatidas.A manifestação inclui informações sobre a atuação de Helena na função, com prêmios, reconhecimentos mas também confrontos que em 2013 provocaram sua transferência de setor. A demissão teria sido evitada por ela ser integrante da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
Helena trabalhava no Complexo por um contrato com a Famar (Fundação de Apoio à Faculdade de Medicina), responsável por contratos e serviços de gestão, fruto de um complicado modelo de administração que envolve duas autarquias estaduais e duas fundações no controle do Complexo que há décadas espera do governo estadual uma regulamentação, concursos e organização.
A demissão da funcionária não é caso isolado. O Complexo Famema acumula histórico de trabalhadores e até estudantes que apontam medidas de retaliação a manifestações públicas e de enfrentamento. A diretoria da Famar informou ao Giro Marília que não vai comentar o assunto no momento.