Nomeado há dez dias como o quinto secretário estadual de Saúde do Rio durante a pandemia, o médico obstetra Alexandre Chieppe trabalha há 21 anos na pasta. Agora como o “piloto deste avião”, ele coordenará a vacinação da Covid-19 num estado com 93 calendários diferentes — os implementados pelos 92 municípios e o projeto estadual para a unificação dos cronogramas. Em meio à turbulência do coronavírus, ele não descarta uma quarta onda da Covid no Rio, e ainda mostra preocupação, para o próximo ano, com velhos conhecidos dos fluminenses: dengue, zika e chicungunha. Há chances de sofrermos com uma quarta onda da Covid? Estamos vendo a estabilização num patamar ainda alto após essa onda. Nas próximas semanas, diminuindo a taxa de ocupação e regularizando o fornecimento do kit intubação poderemos pensar em abrir leitos para as cirurgias eletivas., mas com a ciência que podemos ter que voltar caso precise. Não descartamos uma quarta onda. Hoje, temos leitos o suficiente para atender uma demanda parecida com a da terceira onda, mas se foi maior que isso, não. Por isso, estamos desenvolvendo um plano de contingência para, de forma antecipada, ter leitos antes de os doentes estarem todos aguardando internação. Para isso, podemos transformar um hospital inteiro para Covid por algumas semanas. Essa é uma prioridade imediata para ter um plano melhor organizado. A abertura de leitos foi um grande gargalo durante o combate à pandemia. Dos que foram prometidos nas últimas semanas, quantos foram abertos? Ao todo, abrimos 623, contando com chamamentos públicos e o Hospital Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu. Mas os leitos federais do Hospital da Lagoa não recebemos.