A Corregedoria de Marília abriu nesta sexta-feira um processo administrativo contra um servidor do Daem acusado de montar uma mineradora clandestina de criptomoedas dentro do departamento, inclusive com obras para instalar um ar-condicionado portátil.
“Há fortes indícios, com provas fotográficas e documentais de que o servidor estava realizando mineração de criptomoedas durante o expediente, às custas do DAEM, utilizando energia da Autarquia e se enriquecendo ilicitamente”, diz o documento que instaura a investigação.
O caso envolve diversas acusações, que vão do furto de energia elétrica do Daem para manter os sistemas em funcionamento 24h por dia ao uso do horário de trabalho para a captação das moedas até a intervenção irregular na estrutura do prédio.
A apuração inclui detalhes como orientação técnica de uma empresa terceirizada e a gravação de imagens sobre funcionamento do sistema.
Segundo a corregedoria, os mineradores basicamente fazem trilhões e trilhões de tentativas e erros para conseguir minerar e validar os blocos.
“Esse processo é conhecido por consumir muita energia, já que o computador funciona próximo de seu limite por 24h/d(vinte e quatro horas por dia) ininterruptas, e é remunerado em bitcoins normalmente, moeda virtual que valorizou cerca de 150%.”
A estrutura usada pelo servidor teria uso equipamentos particulares com placa de vídeo, computador e ar-condicionado portátil, que permanecia voltado para os demais aparelhos utilizados na “mineração” para resfriá-los.
“Foi constatada a abertura de um buraco na parede que ficou posicionado atrás do bebedouro, ao lado da sala ocupada pelo servidor no prédio da Avenida Santo Antônio. Na abertura foi ligada a tubulação do ar-condicionado portátil do servidor”, diz a portaria para abertura do processo.
As imagens mostram o computador e os equipamentos ligados, com os programas de “mineração” funcionando. Um levantamento do dia 12 de março mostra ainda que durante o expediente o servidor fez diversas pesquisas e
Download de programas utilizados para a atividade.
A captação de criptomoedas é feita com coleta permanente de pequenos fragmentos e o uso permanente exige muito consumo.
A situação já provocou casos de comunidades em que a formação de “fazendas” de mineração interferem no abastecimento geral de energia.