O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) anunciou nesta terça-feira (6) a delegação que representará o Brasil na Paralimpíada de Tóquio (Japão), que será disputada entre 24 de agosto e 5 de setembro.
Entre os convocados, a lista cita três atletas como representantes da Amei (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos). Daniel Martins, recordista na prova dos 400m, e seu sobrinho, Gustavo Dias, identificados como atletas de Marília, e a judoca Alana Maldonado, também revelada na Amei, registrada por Tupã, sua cidade, e atleta do Palmeiras.. (Veja a lista completa dos convocados).
Alana Maldonado, judoca, deficiente visual participará da sua segunda edição de Paralimpíadas e vai em busca da medalha de ouro, atualmente a atleta é a número 1 do ranking mundial na categoria peso médio (-70kg).
Daniel Martins, que foi medalhista de ouro nas Paralimpíadas Rio 2016, além de ser tricampeão mundial, campeão Parapanamericano e recordistas mundial da prova dos 400 metros rasos, classe T20. O estreante será Gustavo Dias, atual bicampeão mundial juvenil da prova dos 400 metros rasos, classe T20.
O coordenador da AMEI, Celso Parolisi Filho, disse que é sempre uma emoção muito grande acompanhar a convocação para as Paralímpiadas e conhecer os atletas que representarão o nosso país na principal competição esportiva do mundo.
“Essa edição foi ainda mais especial. Termos três atletas convocados é muito emocionante e sempre me leva a lembrar de todas as dificuldades que enfrentamos ao longo dos anos para chegar até aqui. O caminho foi muito difícil e para piorar estamos enfrentando uma pandemia que assola o mundo todo e mesmo assim conseguimos um êxito desse tamanho. A cidade de Marília deve se orgulhar dessa conquista, são atletas da AMEI e agora do país inteiro.”
A equipe reúne 253 integrantes, incluindo atletas sem deficiência, como guias, calheiros (bocha), goleiros (futebol de 5, para deficientes visuais) e timoneiro (remo). É a segunda maior do país na história do evento, superada apenas pela de 2016, no Rio de Janeiro (286), e a maior no exterior.
Os nomes foram apresentados em live realizada pelo CPB no Facebook e no canal da entidade no YouTube. Antes da divulgação, foi prestada uma homenagem a Dirceu José Pinto, bicampeão paralímpico da bocha, que faleceu em abril do ano passado.
“Vivemos um momento sem precedente na história recente. Todos estávamos preparados para esse momento há um ano, quando lamentavelmente surgiu a pandemia [da covid-19] e o sonho dos atletas teve que ser adiado por um ano. A pandemia continua e esperamos que esteja rumando para o fim. Esperamos ainda que os Jogos sejam uma grande alavanca que represente a recuperação dos nossos povos, pois esporte significa resiliência e autoestima”, afirmou Mizael Conrado, presidente do CPB, Mizael Conrado.
O Brasil estará presente em 20 das 22 modalidades. As exceções são o basquete em cadeira de rodas e o rugby em cadeira de rodas.
O atletismo é o esporte com maior representação brasileira: 64 nomes, três a mais que na Rio 2016. Inicialmente, seriam 54 atletas, mas na última sexta-feira (2), a atualização do ranking de alta performance do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês) garantiu mais dez vagas ao país.
A delegação terá competidores nas modalidades que estrearão na Paralimpíada. No parabadminton, o país será representado por Vitor Tavares na classe SS6 (nanismo). No parataekwondo, são três atletas: Silvana Cardoso, Nathan Torquato e Débora Menezes, todos da classe K44 (amputação de braço).
“A expectativa é muito boa. Tenho feito um trabalho pesado, focado no objetivo de trazer o melhor resultado para o Brasil. Estamos sempre analisando os jogos e trabalhando para melhorar”, disse Tavares, em vídeo enviado ao CPB e veiculado na live.
A meta do CPB para Tóquio é manter o Brasil entre os dez primeiros do quadro de medalhas. Em 2016, quando o país sediou o evento, a delegação amealhou 72 medalhas (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes) e ficou na oitava colocação. Nos Jogos de Londres (Reino Unido), em 2012, a equipe brasileira foi a sétima mais bem colocada, com menos pódios (43), mas sete ouros conquistados a mais (21) que no Rio de Janeiro.