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Covid, falta de calendário e estrutura: a 1ª derrota internacional de Daniel Martins

Covid, falta de calendário e estrutura: a 1ª derrota internacional de Daniel Martins

Pela primeira vez em sua vitoriosa carreira internacional, o paratleta mariliense Daniel Martins conheceu uma eliminação precoce, nesta segunda (30), em plena classificatória para decisão dos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Martins viajou para o Japão como principal favorito nos 400 metros rasos T20 – disputado por paratletas com deficiência intelectual. Campeão paralímpico no Rio-2016, ele é o atual recordista, tricampeão mundial e melhor do último Parapan-Americano.

Nesta segunda (30), porém, terminou a prova em 50s10 na 6ª posição e acabou fora da final que acontece nesta terça (31). O multicampeão acabaria em nono na classificação geral e fora de uma decisão internacional pela 1ª vez.

 

ANÁLISE

O discreto desempenho de Daniel Martins em Tóquio pode ser analisado à luz de uma série de fatores que, somados, ajudam a explica-lo. Procurado pelo Giro Marília, o atleta preferiu não se manifestar. “No momento não estou muito legal”, afirmou.

“Ele é muito competitivo. Com certeza está muito chateado consigo mesmo”, afirmou o técnico Luiz Carlos Abiéri, o Esquilo, que acompanha Martins desde o início da carreira pela Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (Amei).

A reta final da preparação para Tóquio, aliás, acabou afetada pela pandemia, literalmente. Martins contraiu a doença em maio e chegou a ficar um mês fora das pistas. “Ele não conseguiu treinar bem”, pontuou o treinador.

Esquilo lembrou ainda que o paratleta vem de duas temporadas sem competições. “É como um time de futebol que só treina e não joga”, comparou. “Outros atletas continuaram competindo na Europa. Isso faz diferença”.

Daniel Martins construiu toda sua vitoriosa carreira a partir do ‘terrão’ da pista do Poliesportivo “Pedro Sola” e de treinamentos nas ruas de Marília e, ao menos uma vez por semana, na pista sintética de Bauru (SP).

A eliminação em Tóquio provocou reflexões de sua comissão técnica em relação à estrutura oferecida na cidade. “O momento é bom para melhorarmos alguma coisa em relação a treinamento”, observou Esquilo.

GUSTAVO DIAS

Sobrinho de Daniel Martins, Gustavo Dias também ficou fora da decisão dos 400 metros rasos T20. A exemplo do tio, ficou na 6ª posição de sua bateria com tempo de 51s12 – abaixo dos 48s74 que já havia cravado. Dias também teve Covid em sua preparação para Tóquio.