Marília

Médico da Santa Casa de Marília participa em estudo e artigo sobre anestesia

Médico da Santa Casa de Marília participa em estudo e artigo sobre anestesia

O médico anestesiologista Teófilo Augusto, membro do corpo clínico da Santa Casa de Marília e do SAM (Serviço de Anestesia de Marília) participou de estudo sobre parada cardíaca relacionada à anestesia e teve artigo sobre o trabalho publicado recentemente no Journal of Clinical Anesthesia, jornal científico com o maior fator de impacto hoje no mundo em anestesiologia, pela Web of Science.

O convite para a participação do estudo em “Correlation between anaesthesia-related cardiac arrest outcomes and country human development index: a narrative review (Correlação entre os desfechos da parada cardíaca relacionada a anestesia e o índice e desenvolvimento humano: uma revisão narrativa)”, foi do chefe do Departamento de Anestesiologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) Botucatu, Leandro Gobbo Braz.

O estudo seguiu a linha de pesquisa de parada cardíaca relacionada à anestesia, com o objetivo de realizar uma análise crítica dos desfechos documentados após parada cardíaca relacionada a anestesia na década após 2010, nos países com diferentes IDH’s (Índices de Desenvolvimento Humano). 

Revisão sistemática foi realizada através da pesquisa, dando peso às evidências encontradas, com a busca feita em quatro grandes databases, sendo o desfecho principal a mortalidade e a sobrevivência da parada cardíaca relacionada à anestesia.

“Trata-se de algo de grande interesse para a sociedade, pois a parada cardíaca relacionada à anestesia é um dos grandes temores e mitos da nossa especialidade. Hoje podemos ter maiores evidências sobre essa realidade ao citar algumas conclusões do trabalho”, disse o médico.

Teófilo Augusto destaca que os fatores de risco são maiores em pacientes com doença cardíaca e com doenças de base não controladas (ASA > 3).

“Aproximadamente 50% dos eventos adversos que temos envolvendo parada cardíaca relacionada à anestesia e morte são causados por medicações, seguidos de complicações respiratórias e de vias aéreas nos anos 2000. Após 2010, as complicações respiratórias e de vias aéreas assumiram o primeiro lugar na lista nos países de muito alto-IDH, e no mesmo período nos países de alto-IDH, as complicações cardiocirculatórias que assumem como principal risco”.

Os estudos de países de muito alto-IDH e de alto-IDH demonstraram, que dos fatores de risco de mortalidade no intraoperatório, a mortalidade de parada cardíaca relacionada a anestesia foram 3.6 e 13.3 vezes menores, respectivamente, quando comparadas com a mortalidade relacionada a doença/condição do paciente, e 2.6 e 5.3 vezes menores respectivamente, quando comparada com mortalidade relacionada ao procedimento cirúrgico. 

O médico aponta ainda que muitas as mudanças e investimentos em tecnologias, como monitorar a oxigenação, respiração e gases anestésicos; monitorização do débito cardíaco e outras variáveis, e o uso do ecotransesofágico.

Novos anestésicos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares; novos anestésicos locais que reduzem o risco de toxicidade cardíaca e do sistema nervoso central e a introdução do ultrassom  na anestesiologia são outros avanços.

“Podemos dizer que a Santa Casa de Marília tem investido em tecnologias e novos meios de monitorização, novos anestésicos e novos métodos de analgesia para benefício dos pacientes, contribuindo significativamente para o baixo índice de complicações relacionados a anestesia que apresentamos no hospital”, explica.