Arquiteto, urbanista, artista plástico, pai e avô, Miguel Sampaio de Souza e Silva faleceu no domingo em Marília aos 76 anos com um grande legado de projetos e envolvimento com a cidade.
Miguel Sampaio cursou Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. (1972). Especialista em Tecnologias de Informação e Comunicação, era também formado em Educação Ambiental e Gerenciamento de Recursos Hídricos pela Unesp de Presidente Prudente.
Nasceu em 1944, dois anos depois da chegada do pai, Miguel Sampaio, nascido em Mococa, vindo de Lins, e convidado pelo então prefeito Nelson de Carvalho para desenvolver o projeto da praça Maria Izabel.
O pai adotou Marília, onde desenvolveu diversos projetos, foi vice-prefeito, e influenciou a formação do filho que aliou a carreira a um dedicado envolvimento com debates sobre ocupação e desenvolvimento da cidade.
Manteve escritório se arquitetura até 1984. Foi servidor estadual e diretor do Escritório de Planejamento do Estado e responsável por projetos e vistoria de obras em toda a região.
Foi presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos na cidade e do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) Marília por dois mandatos.Pela instituição envolveu-se em muitos debates e movimentos contra intervenções e modelo de verticalização e implantação de bairros.
Lembrava em especial um deles::a luta contra a transformação da avenida Rio Branco na década de 1990.
“Uma cidade com 90 anos, agora que foram tratar esgoto. Denunciamos desmatamento da mata ciliar do Rio do Peixe”, lembrou uma recente gravação em entrevista ao jornalista João Marcos Gomide e à bibliotecária Wilza Mattos, da Comissão de Registros Históricos (assista aqui).
Professor universitário, sempre orientou os alunos a se posicionarem contra gestores públicos na defesa de uma urbanização focada na qualidade de vida.
“Progresso é vida saudável, útil, em que todo mundo tenha educação, cultura. Não é ir demolindo.” Foi diretor do MAC (Marília Atlético Clube) e autor do projeto do poliesportivo do clube, que acabou demolido
Influenciou dezenas de profissionais, entre eles o ex-secretário de Planejamento e ex-vereador, Laerte Rojo Rosseto, de já era amigo na adolescência, e foram juntos a São Paulo para formação.
Após sua aposentadoria, em 2009, dedicou-se a pintura e arte. “Todo arquiteto tem uma veia de artista. No meu tempo de estudante, quando entrei quem estava no segundo ano era o Chico Buarque”, lembrou.
Casado com a educadora Magué Puerto, teve três filhos- Eduardo, Rafael e Daniel -. Deixa também netos. A despedida a Miguel Sampaio é feita na sala 7 do Velório Municipal e o sepultamento foi marcado para 15h desta segunda.