Uma aula de História do Direito para turmas do primeiro ano da Unimar inovou método de envolvimento dos alunos e usou modas sertanejas para discutir institutos jurídicos e a evolução das normas e aplicação no país.
A iniciativa foi do professor Jefferson Aparecido Dias com apoio do docente Galdino Luiz Ramos Júnior. E o resultado surpreendeu pelo envolvimento dos alunos e resultado das análises, que pode ser transformado em artigo científico.
Foram usadas 16 canções de diferentes épocas que tratam de questões penais. Os alunos tiveram que pesquisar canções, datas, regras, aplicação e apresentar as informações às classes e ainda produzir textos a respeito.
Cabocla Tereza, por exemplo, um música de João Pacífico que foi gravada em 1940 por Torres e Serrinha e ficaria mais famosa na versão com Tonico e Tinoco, conta a história de um feminicídio após traição.
“É uma canção anterior ao Código Penal de1941, em uma época em que a legítima defesa da honra era amplamente aceita”, destaca o professor Jeferson Dias.
O Ipê e o Prisioneiro, da década de 70, mostra uma situação para o mesmo crime e conta a história do homem condenado pela morte da mulher. As músicas trataram ainda de divisão de bens, estudo de regime de penas e outras áreas do Direito e legislação.
O trabalho rendeu. A apresentação e análise foi das 19h30 às 23h com muita empolgação. “A ideia é mudar o modelo de envolvimento e o aluno tem que topar. E isso foi o melhor. Os alunos se envolveram muito, a resposta foi muito boa”, conta.
Professores desde 1997, Jefferson Dias disse que a partir de2019 passou a buscar iniciativas para que os alunos desenvolvam a habilidade de aprender a aprender de forma permanente muito além da leitura das normas e livros
“O aluno hoje tem muito acesso a informações, Tudo muda muito rápido, é um processo muito ágil. Foi uma inciativa especial por envolver alunos de primeiro ano, que ainda não tem muita formação jurídica mas se aprofundaram, pesquisaram muito a compreensão dos institutos legais, do Direito expresso em manifestações culturais, entender bases do Direito”, destaca.