Em 2021, o número de roubos e furtos em escolas públicas da cidade de São Paulo cresceu, o que pode gerar problemas para alunos que precisam voltar ao ensino presencial. Pelo menos 21 escolas públicas da capital paulista foram alvo de furtos e roubos só neste ano. Em 2020, o número foi de 14 casos. Ou seja, houve um aumento de 50% do ano passado para cá.
“Acredito que a grave crise econômica gerada pela pandemia, o aumento de desempregados e a falta de renda são elementos que contribuem para este cenário do aumento de roubos e furtos. As escolas públicas acabam se tornando alvo desses roubos, lamentavelmente prejudicando alunos muitas vezes em situação de vulnerabilidade social”, afirma o vereador da cidade de São Paulo, Arselino Tatto (PT), em entrevista ao iG.
Segundo os números do levantamento da TV Globo, os furtos mais recorrentes são de fios e cabos elétricos, além de torneiras e eletrodomésticos que estão dentro das unidades. Existem casos em que uma mesma unidade foi furtada diversas vezes, muitas por conta também da falta de fiscalização e sistemas de vigilância.
“Para superar este problema, devemos investir na reforma e segurança e, principalmente, abrir as escolas à participação da população. Se a comunidade se apropriar e interagir com o ambiente escolar, é criado um ‘cordão de segurança’ em torno da escola porque ninguém vai querer enfrentar uma população organizada e disposta a defender seus direitos”, pondera o deputado estadual por São Paulo, Enio Tatto (PT).
O vereador Arselino Tatto acredita que “o governo do estado pode colaborar no âmbito municipal na medida em que prepara seu contingente policial para agir de forma preventiva nas escolas e promover ações localizadas para coibir esses roubos. Já o parlamentar estadual pode propor projetos de lei que instituam programas de integração e capacitação da comunidade com a polícia visando à proteção das escolas públicas nos bairros”, afirma.
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O deputado Enio também acha que “o correto seria um diálogo permanente entre autoridades estaduais com as autoridades municipais para fazer levantamento das necessidades de cada escola de São Paulo e, juntos, buscar formas de superá-las. “A questão da segurança é de responsabilidade do Estado”, complementa o parlamentar.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que “o policiamento na Capital é realizado com o emprego de diferentes programas da PM, incluindo a Ronda Escolar, que atua no entorno das unidades de ensino durante o período letivo, auxiliando a GCM no patrulhamento das escolas municipais”.
“Sempre que necessário, as ações de patrulhamento são reorientadas com base nos registros de ocorrência e indicadores criminais. Todos os casos registrados são investigados, visando a identificação e prisão dos autores”.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), afirmou ao iG que lamenta que as unidades educacionais do município sejam vítimas de furtos e roubos. “Como procedimento, o Boletim de Ocorrência é feito e a direção da unidade solicita reforço na ronda para a Guarda Civil Metropolitana (GCM)”, informou à reportagem. A nota ainda diz que “as rondas acontecem diuturnamente e por meio da articulação constante entre as gestões regionais da Secretaria Municipal de Educação e da SMSU, com adaptações de acordo com a região e índices de ocorrências, intensificando as ações preventivas em equipamentos mais vulneráveis”.