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Atriz da Globo diz que pole dance é "tão importante quanto terapia"

Atriz da Globo diz que pole dance é "tão importante quanto terapia"


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Um dia antes da virada do ano, Carol Garcia passou por uma experiência transformadora na Bahia, para onde viajou de carro na companhia de amigos. Com os pés nas águas do rio da Barra do Cahy, antes de seu encontro com o mar, ela teve cortado o longo cabelo, cultivado para dar vida à Betina de “Quanto mais vida, melhor”.

“Encontrei com o amigo de uma amiga, que é cabeleireiro, por acaso. E ele me convidou a entregar tudo naquele rio. Pediu que eu pensasse na mulher que eu queria ser a partir de agora. A gente foi conversando, e eu chorando, deixando pedaços de mim ali. Vivi um momento lindo! Quando terminou, o cabelo estava molhado e não tinha nenhum espelho por perto. Falei: ‘Mesmo se tiver ficado horrível, eu vivi a experiência mais gostosa dos últimos tempos’. No fim das contas, está lindo, amei!”, iniciou. “Tenho uma relação muito forte com cabelo. Acho que o corte e o jeito que mexemos nele dizem muito sobre a nossa personalidade”, conta a atriz, que é naturalmente loura, mas mantém os fios avermelhados desde que interpretou Sabrina, a “sugar baby” de “A dona do pedaço” (2019): “Eu me encontrei ruiva, e pretendo me manter assim”.

O visual, mais quente, combina com a nova fase da carioca, de 31 anos. Solteira há um ano, ela afirma que tem redescoberto seu corpo, seus pensamentos e seus comportamentos: “É a primeira vez que fico tanto tempo sem ninguém. Estou batendo o meu recorde e me dando os parabéns. Depois de emendar namoros, é bom entender como a gente funciona sozinha, longe do olhar masculino. Nos últimos meses, eu me conectei com a minha sexualidade, mergulhei na minha história e entendi as violências que sofri. Geralmente, a gente só percebe que foi vítima de abusos psicológicos, de relacionamentos tóxicos, quando eles acabam. Estou atenta”.

O pole dance, que aprendeu para a personagem da trama das sete, acentuou a sensação de libertação, ela revela. “Foi tão importante quanto a terapia pra mim. Parece exagero, mas não é. Eu não me achava uma mulher sensual, e tinha muita vergonha de ser. Entendi minhas travas e fui curando cada uma delas ao longo da novela. Trouxe o pole dance para a minha vida pessoal. Ele faz parte da minha reconexão com o meu sagrado feminino. Entendi que o meu corpo é meu, eu vou respeitá-lo e amá-lo como ele é. Esse trabalho me proporcionou um banho de autoestima!”, celebra Carol.

Carol se diverte ao tentar se imaginar na situação de Betina, vivendo sob o mesmo teto que o ex, outra ex dele e a ex-sogra. “Eu nunca vi isso na vida (risos)! No caso daquela família, foi a solução encontrada para superar as dificuldades financeiras. Não existe tensão sexual ali, são muito bem resolvidos, se apoiam”, analisa. A atriz acredita na transmutação de amor em amizade, ao fim de uma relação: “Sou namoradeira, então tenho alguns ex. Com o último (o ator Eduardo Speroni), tenho uma relação superlegal, assim como com a família dele. Mas também tenho ex com quem não falo mais. Quando há desvio de caráter, violência, aí não dá”.

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Em “Quanto mais vida, melhor”, Betina vai reencontrar o amor, em breve, nos braços de outro jogador de futebol. “A impressão que eu tenho é que ela não amou mais ninguém depois de Neném (Vladimir Brichta). Beta está num momento meio triste, quando Chicão (Sérgio Menezes) surge e muda tudo”, conta. Carol enaltece o texto do autor Mauro Wilson, que coloca Betina e Jandira (Micheli Machado), as duas ex-mulheres de Neném, como parceiras em cena: “Como é importante a gente ver cada vez mais na televisão um olhar de amor, generosidade e acolhimento entre mulheres! Uma vê na outra um apoio, não existe disputa. A relação das duas personagens é incrível, e eu e Michele trouxemos isso para as nossas vidas”.

“Eu estou viciada na novela! Assisti a tudo até agora. Na Bahia, quando estava sem sinal de TV, entrava no wifi pra ver pelo Globoplay (risos). Tem cenas que a gente está vendo agora e foram gravadas um ano atrás. É reviver tudo. A parte mais legal é que na época a gente não fazia a menor ideia do que ia funcionar e não ia. O público está adorando o núcleo da família de Neném! Eu criei um perfil no Twitter para acompanhar a repercussão e também vejo como a boa relação de Betina com Jandira traz um frescor para quem acompanha. É uma obra fechada, não tínhamos como sofrer essa influência da opinião do público durante as gravações (por causa da pandemia). É um processo novo, com altos e baixos. Mais altos do que baixos, eu acho. Tem uma coincidência legal: sou carioca da Zona Norte, nasci no Grajaú e moro na Tijuca, onde se passa a novela. Eu gravei cenas na porta de casa, praticamente”, conta Carol.

“Eu amo loucamente trabalhar com humor, mas não quero fazer só isso. Fiquei três anos no ‘Parafernalha’, fiz um filme com o Whindersson e com o Tirulipa… E Betina é uma personagem muito rica nesse trânsito. Tem drama, tem humor sutil, tem humor dramático… Eu quero diversificar, e gostaria muito que ela me abrisse esse caminho. Que as pessoas consigam ver em mim potencialidade para outras vertentes da atuação”, torce a atriz. Carol tem em vista para julho uma série no streaming, mas ainda não pode dar mais detalhes sobre. “Até lá, não são férias prolongadas, é desemprego mesmo. A batalha do artista é diária. Eu quero aproveitar esse tempo para estudar muito, voltar a escrever. Tenho a ideia de escrever um livro de crônicas mais pra frente. Pra não enlouquecer, vou trabalhando a minha criatividade, botando para fora as coisas que estão aqui pulsando, de uma outra forma. Toco um pouquinho de violão, de ukulele… A minha trajetória é muito forte no teatro, foram duas décadas antes de chegar à TV. Nos palcos, a gente expande os nossos talentos. Fiz musicais, incursões em óperas… Para além do trabalho, a minha terapia em casa é cantar e tocar”, entrega.


Fonte: IG GENTE