A Santa Casa de Marília atingiu neste mês a marca de 17.500 cirurgias cardíacas realizadas desde a criação do serviço, há exatos 42 anos. À época, o hospital foi o terceiro do interior paulista a iniciar procedimentos do gênero.
“No começo, o nosso trabalho era artesanal. Primeiro porque não havia a tecnologia de hoje e segundo porque estávamos a quase 500 km da capital, onde tudo se tornava mais difícil. Contávamos com a competência dos profissionais que aqui se instalaram, além da colaboração e da criatividade de colegas de outras áreas para o sucesso do nosso serviço”, contou o experiente cirurgião cardíaco Rubens Tofano de Barros, com atuação de mais de 40 anos na Santa Casa de Marília.
Após dois anos críticos de pandemia de Covid-19, com uma queda considerável no número de procedimentos cirúrgicos, a unidade hospitalar filantrópica mariliense voltou a realizar a quantidade de cirurgias cardíacas que fazia anteriormente.
A expectativa é que o serviço feche 2022 com aproximadamente 450 cirurgias cardíacas realizadas. “Fazemos procedimentos de coração aberto (extracorpóreos), como a revascularização do miocárdio, com a colocação de pontes de safena, bem como implantes de marca-passo. Isso sem falar nos procedimentos realizados pelo nosso serviço de Hemodinâmica e Cirurgia Intervencionista, com técnicas minimamente invasivas”.
O serviço também conta com um unidade exclusiva para acompanhamento aos pacientes, a Unidade de Recuperação Cardiológica, que atua em sistema de terapia intensiva. O hospital informa ainda que a maioria das cirurgias cardíacas realizadas na Santa Casa de Marília acontece através do SUS (Sistema Único de Saúde). Aliás, o hospital é referência para os 62 municípios do DRS IX (Departamento Regional de Saúde).
Coordenado por Rubens Tofano de Barros, o serviço de Cirurgia Cardíaca conta com os também cirurgiões cardíacos Marcos Gradim Tiveron e Sérgio Marques Pereira, além do cardiologista clínico Eraldo Peloso.
A primeira cirurgia cardíaca na Santa Casa aconteceu em convênio com a Famema (Faculdade de Medicina de Marília). Em 1974, o médico Miguel Angel Mendoza Claros trouxe o renomado docente da USP (Universidade de São Paulo) Euryclides de Jesus Zerbini para o procedimento inaugural, acompanhado dos profissionais da cardiologia Olavo Ribeiro Rodrigues e Antônio Carlos dos Santos.
Mas apenas em 1980 o serviço seria iniciado de forma regular. “Faço questão de destacar a parceria com o meu amigo Antônio Penna, muito importante para a consolidação do nosso serviço. De lá para cá, foram muitas dificuldades enfrentadas, mas conseguimos consolidar o serviço e fazer com que o hospital tivesse essa tradição e se tornasse referência em cirurgia cardíaca”, mencionou Barros.