O governador Cláudio Castro defendeu a ação da Polícia Civil, que destruiu um memorial erguido no Jacarezinho por entidades como o LabJaca e o Instituto de Defesa a Ação Negra para homenagear as 28 vítimas da ação policial mais letal da história, em 6 de maio . Durante a inauguração de ações ligadas ao projeto Cidade Integrada na manhã deste sábado, na favela, Castro classificou o monumento como “apologia ao crime”, disse que sua construção foi “um tapa na cara da sociedade”. O evento teve policiamento reforçado e críticas ao governador feitas por moradores que passavam pelo local.
“Aquilo é um tapa na cara da sociedade. O único que deveria ter o nome lá é o (policial) André (Leonardo de Mello Frias). Pegar 27 criminosos e fazer um memorial é um tapa na cara da sociedade. Cada bandido desse, quando aponta uma arma para o polícia, como apontaram e mataram o André, é para sociedade que eles estão apontando a arma. Enquanto nós tivemos à frente, não vamos aceitar esse tipo de apologia ao crime”, afirmou o governador. Na última quarta-feira, agentes da 25ª DP (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) usaram picaretas e um veículo blindado para pôr abaixo a estrutura. Em nota conjunta, instituições como Associação Juízes para a Democracia (ADJ), Casa Fluminense, Instituto Marielle Franco, Voz das Comunidades, Federação de Favelas do Rio, Observatório Cidade Integrada e Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) criticaram a ação policial e destacaram que receberam “com surpresa” a derrubada. Elas deverão acionar a Polícia Civil na Justiça.
Durante a agenda do governador no Jacarezinho, enquanto inaugurava um complexo esportivo no colégio Luiz Carlos Vila, algumas pessoas que passavam pelo local e identificaram Cláudio Castro gritaram “Vai ganhar não” e “tem que melhorar”.
Muitos policiais faziam a escolta da comitiva do governo no Jacarezinho. No fim da agenda na comunidade, antes de entrar no carro que o levaria embora, Castro se dirigiu a um dos policiais fardados que estavam na frente ao Ciep Vinicius de Morais, cumprimentou agente e disse:
“É isso aí herói. Aqui é polícia, bandido não. Muito obrigado.”
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