O Ministério Público de São Paulo instaurou na última sexta-feira um inquérito civil para apurar as i ntervenções recentes da prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia .
Segundo o MP-SP, os promotores Reynaldo Mapelli, Arthur Pinto Filho, Luciana Bergamo e Marcus Vinicius vão avaliar o “fluxo utilizado pela municipalidade para a internação, voluntária ou não, de eventuais dependentes químicos”. Ainda será averiguada a eventual escolha da internação como objetivo maior em cada abordagem de usuário, bem como os tratamentos dispensados nos locais de internação.
Ainda será objeto de investigação a execução do projeto Redenção e o acompanhamento, pelas equipes de assistência social, aos que foram eventualmente encaminhados às comunidades terapêuticas.
Na portaria de instauração do inquérito, os promotores afirmaram que o programa que balizava as ações da prefeitura antes das intervenções de maio “jamais colocou a segurança pública no posto de comando da política pública efetivada na região e tampouco tem como meta a dispersão das pessoas da região da Cracolândia para outros pontos da cidade”.
A região da Cracolândia tem sido alvo de ações policiais nas últimas semanas. Na quinta-feira, um homem de 32 anos baleado após confusão entre policiais e usuários de droga .
Segundo os membros do MPSP, as ações desencadeadas agora pelo poder público têm grande semelhança com intervenções anteriores que, por meio de violência física e psíquica, impeliam os dependentes químicos a buscar tratamento e, depois do gasto de milhões de reais, “fracassaram”.