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Polícia investiga envolvimento de mais pessoas em golpe de R$ 725 mi

Polícia investiga envolvimento de mais pessoas em golpe de R$ 725 mi
 

Com o desbaratino de uma  quadrilha de falsas videntes que deu um golpe de R$ 725 milhões na viúva do colecionador de obra de arte Jean Boghici , morto em 2015, agora a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) vai ampliar o leque da investigação e vai apurar se outras pessoas estariam participam do golpe contra a idosa de 82 anos.

Entre os investigados está o galerista Ricardo Camargo. Foi ele que adquiriu cinco obras da atriz Sabine Coll Boghici, que também é filha de Boghici, e que foi presa. Duas das peças foram revendidas para a coleção privada do argentino Eduardo Costantini, fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). 

“Existem outras pessoas que a gente tem que dar uma apurada (na investigação), uma aprofundada, agora após recuperamos as obras de arte e prendemos grande parte desse grupo criminoso. Vamos afunilar a investigação contra pessoas que se beneficiaram de forma periférica”, conta o delegado Gilberto da Cruz Ribeiro, titular da Deapti.

Entre os alvos está o galerista Ricardo Camargo. Ele, segundo a polícia, estaria tentando atrapalhar as investigações.  

“Ele (Ricardo Camargo) está com uma postura muito defensiva. Ele não tem manifestado uma boa vontade para com a investigação. Esse galerista tem procurado dificultar como pode a investigação. (Se continuar assim) Ele pode responder a processo. Evidente que a postura dele não é uma postura de quem tem boa fé. Mas, a gente, por ora, optamos por aceitar a venda desses quadros roubados, num primeiro momento, como um erro de avaliação. Vou acreditar nessa boa-fé, desde que ele colabore. Pois se ele não colaborar, dá a um entendimento de que ele tem, na verdade, uma participação na venda de quadros roubados”, explicou Cruz Ribeiro.  

Ao todo, 16 quadros foram desviados da coleção de Boghici. Entre as peças alvos da operação, haviam pinturas de Tarsila do Amaral, Cícero Dias e Di Cavalcanti.  

De acordo com a polícia, 11 foram encontrados na casa da vidente Rosa Stanesco Nicolau, conhecida como mãe Valéria de Oxóssi, embaixo de uma cama de casal. A cartomante é casada com Sabine. Os outros cinco foram vendidos para a galeria de Camargo, em São Paulo.  

Foi a própria vítima, segundo o titular da Deapti, que recebeu a informação de que as obras estavam nessa galeria, e a polícia conseguiu recuperar três telas diretamente com a empresa: “O Sono”, de Tarsila do Amaral; “O Menino”, de Alberto Guingnard, e “Mascaradas”, de Di Cavalcanti.

O “Elevador Social”, de Rubens Gerchman, e “Maquete para Meu Espelho”, de Antônio Dias, são os dois quadros que faltam ainda serem recuperados pela polícia. Eles foram revendidos para o empresário dono do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). Os investigadores vão tentar reavê-las.  

Em nota, Ricardo Camargo afirmou que “segue colaborando com as investigações” e que “em atenção ao seu dever de sigilo profissional, não comentará o caso no momento”.  

Fonte: IG Nacional