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Mobilidade elétrica de peso

Mobilidade elétrica de peso


Fala, galera. Tudo bem? Foram muitas emoções na mesma semana e tive que escolher qual seria o primeiro texto para sair. Como tenho um foco mais voltado para usuário, dei prioridade para escrever sobre o Electric Experience na semana passada. 

Agora quero falar para vocês de quem eu realmente acredito que irá impulsionar a mobilidade elétrica, que são as empresas de logísticas. Não são poucas as empresas que já adotaram pelo menos um veículo elétrico na frota operacional, tanto para cumprir metas ESG quanto por estratégia de marketing ou redução de custo operacional.

Já podemos observar empresas que adotam veículos elétricos com o principal modelo ou mesmo operação exclusivamente de veículos de zero emissão de carbono. Claro que as rotas precisam ser repensadas para evitar que o entregador fique na rua sem bateria, mas as operações de last miles são totalmente possíveis de serem realizadas.

De olho neste movimento de transição, a FENATRAN do ano de 2022 aconteceu no São Paulo Expo, entre os dias 7 e 11 de novembro, com a apresentação das principais marcas do mercado de transporte rodoviário trazendo opções de veículos elétricos. Não estamos falando apenas de vans, já estamos vendo os pesos pesados.

Foi possível avaliar o que marcas como Volvo, Mercedes-Benz, Iveco, DAF, Ford, Volkswagen, JAC Motors e Scania pensam sobre a mobilidade elétrica no Brasil em relação a transporte rodoviário.

Sendo assim, gostaria de separar em alguns grupos para vocês também terem uma ideia como cada empresa deseja atuar no Brasil.

Não trouxe nenhum modelo elétrico: apenas a Scania (vai entender). Trouxe apenas para expor: DAF e Volvo. Sentindo o terreno: Mercedes-benz (queriam ver o tamanho do interesse) Lançamento anunciado: Iveco e Ford Veículos nas ruas: Volkswagen e…

Preciso criar uma categoria à parte para a JAC Motors, que chamaria de Virada de Chave . Além de ser a marca que apresenta a maior variedade de modelos elétricos, é preciso parabenizar o anúncio do grupo SHC por decidir comercializar apenas os modelos elétricos. Esse anúncio foi feito durante a semana da FENATRAN, no dia 10 de novembro.

Na minha opinião, essa virada de chave da JAC Motors aconteceu exatamente pelo mercado de transporte rodoviário com o sucesso de vendas do JAC iEV1200T. Por conta disso, foi apresentado na feira o novo caminhão de 18 T de PBT, que conseguirá consolidar cada vez mais a marca no mercado.

Lógico que não poderia deixar de citar outras marcas (eu apenas não as vi na feira) como a tradicionalíssima BYD, Stellantis (Fiat, Peugeot e Citroen), Renault e a saudosa FNM, ressuscitada como marca exclusiva de veículos elétricos. 

Uma coisa interessante é que, quando falamos de transporte de carga, as pessoas leigas (me incluo nesse grupo) só pensam no caminhão e esquecem do implemento. Entretanto, posso garantir que a mobilidade elétrica também influencia muito da cabine para trás e garante a apresentação de soluções complementares.

A Facchini trouxe um implemento frigorífico equipado com pack de baterias e máquina elétrica WEG instalada em um dos eixos para produzir eletricidade com o movimento do caminhão. Assim é possível reduzir o consumo de combustível do caminhão para manter o implemento refrigerado.

Outro projeto muito interessante é o implemento da Random equipado também com uma máquina elétrica em um dos eixos, mas com a função de tracionar em aclives e ajudar ao cavalo, reduzindo o consumo de combustível em até 23%. Para quem pensa em obter um implemento desse, não precisa se preocupar em comprar um novo, havia um stand gigantesco apenas para demonstrar o serviço de conversão de implementos usados.

Como se não fosse suficiente, a Random ainda adicionou placas de energia fotovoltaica em toda a lateral de um implemento frigorífico para gerar energia que seria utilizada em sua refrigeração. Ora, o que mais tem uma estrada? Sol. Por que não aproveitar?

A demanda por veículos de carga elétricos já existe e é muito maior do que a maioria das empresas conseguem suprir com o volume de produção atual. Isso significa que a produção de veículos elétricos irá ocupar cada vez mais espaço nas linhas de produção e acabará refletindo também na produção dos veículos de passeio.

Ah, mas aí veremos caminhões ocupando por horas um carregador e atrapalhando a vida de quem está viajando? Bem, isso pode até acontecer no princípio, mas será exceção. Primeiro porque a operação de um veículo de carga elétrico deveria considerar uma rota que não exija recarga no trajeto; segundo que não é todo lugar que caberá um veículo tão grande e por último, estamos no início de tudo. Considero que em breve teremos pátios de caminhões com carregadores para que a recarga seja feita durante o repouso do caminhoneiro.

Vocês até podem me considerar um sonhador muito otimista. Mas coloquem junto comigo empresas como a DHL, AMBEV, Raia Drogasil, Coca-Cola, Pepsico, RN Logística, Fedex, JBS… Todas sonhadoras otimistas que já possuem uma frota bem considerável de caminhões elétricos. Ou será que eles estão vendo algo que os demais não estão vendo?

Então, meu caro leitor, encerro o texto dessa semana termina com a seguinte reflexão: a mobilidade elétrica chegou para movimentar o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Antes que você perceba, caminhões cortando as cidades com seus motores barulhentos à diesel serão coisa de um passado distante.

Até mais

Fonte: IG CARROS