Egos enredados.

Aposto que em algum momento você já deve ter se questionado sobre a utilidade das redes sociais em sua vida.

Aposto, também, que você se sente meio perdido toda vez que pensa em sair delas.

Será que serei esquecido?

Será que pensarão que eu morri?

Sem contato com ninguém, sem saber das últimas discussões, das últimas novidades?

Sou importante?

Daí vem o choque, nós não somos importantes virtualmente.

Somos importantes na realidade, no toque, no sorriso, no abrigo.

Saindo das redes você será lembrado um, dois dias, talvez até um pouco mais, mas logo a velocidade das informações, o assunto do dia engolirá sua ausência.

Sem choro, nem reza.

As declarações de amor, os elogios, tudo o mais que você ouviu foi só um engodo para teu próprio ego.

Armadilhas para se considerar amado, querido.

Admiro os low profile, acho chique, sofisticado, de bom gosto.

Houve momentos em que me afastei das redes e, vez ou outra, tenho uma vontade imensa de sair.

Haja vista que o ambiente virtual é extremamente tóxico e adoecedor, mas ninguém fica no que é apenas ruim.

É atrativo, tem likes, chuvinhas de corações, há aqueles que massagem nosso ego, trazem suco e oferecem sono reparador pós-massagem.

É necessário que nos indaguemos de tempos em tempos se vale à pena a exposição dos nossos corpos, sentimentos, vidas, nas redes que quase nada têm de real.

É importante também achar lugar no que ouvimos e cremos, quase nenhuma frase de amor é real, quase nenhuma frase de ódio tem correlação conosco.

Estamos frustrados e lançamos nossas frustrações virtualmente, seja no consumo excessivo de determinados conteúdos, agredindo quem é ou quem pensa diferente de nós, ou ferindo outras pessoas virtualmente.

Não podemos nos levar a sério virtualmente, mas também não podemos negligenciar o poder de nossas ações e comportamentos na vida virtual.

De qualquer forma, o cuidado e respeito devem ultrapassar a realidade e ter alcance a quem interage virtualmente conosco.

Se ficamos ou se saímos, o que impera é que tenhamos cuidado conosco, com a nossa vida, e que possamos estender isso para as demais pessoas.

Porque, de fato, a única verdade no mundo virtual é que quem se machuca lá dentro, sai ferido na realidade.

E nisso, não há engano.