Pelé, o Rei do Futebol, atleta do século, faleceu nesta quinta-feira aos 82 anos no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde m29 de novembro. Ainda não há detalhes do velório, que deve ocorrer em Santos.
Edson Arantes do Nascimento, seu nome de registro, nasceu na cidade mineira de Três Corações em 23 de outubro de 1940, filho do jogador João Ramos do Nascimento, mais conhecido como Dondinho, e Celeste Arantes.
Recebeu o apelido “Pelé” durante seu tempo de escola por conta da forma que pronunciava o nome de seu jogador favorito, o goleiro Bilé do Vasco da Gama.
Ainda criança, mudou para Bauru, onde o pai foi jogar pelo BAC (Bauru Atlético Clube). Jogou pelo Sete de Setembro e Ameriquinha até chegar ao BAC, time que seria desfeito em 1955.
Em 1956, o técnico de Pelé no BAC, Waldemar Brito levou Pelé para apresentá-lo ao Santos. Assinou contrato profissional com o clube em junho daquele ano.
Fez a sua estreia profissional em 7 de setembro de 1956, com quinze anos, contra o Corinthians de Santo André. Entrou e fez um dos gols na vitória por 7 a 1.
Em 1957 já era titular do Santos e foi artilheiro do Campeonato Paulista, com 36 gols. Com o time conquistou 45 títulos na carreira, com destaque para a Libertadores e o Mundial de clubes em 1962 e 1963, respectivamente.
Também em 1957 teve a primeira oportunidade na Seleção Brasileira surgiu em 1957, pelas mãos do técnico Sylvio Pirillo.
Então com 16 anos de idade, o jovem do Santos foi convocado para a disputa da Copa Roca, um tradicional torneio amistoso entre Brasil e Argentina. Entrou aos 20 do segundo tempo e 11 minutos depois fez seu primeiro gol com a camisa da seleção.
Um ano depois de sua estreia, Pelé estava na lista do técnico Vicente Feola para a disputa da Copa do Mundo de 1958. Sua estreia contra a União Soviética, no fim da primeira fase.
Nas quartas de final, marcou o único gol brasileiro no triunfo por 1 a 0 sobre o País de Gales. Na semi, contra a temida França de Just Fontaine (artilheiro da Copa com 13 gols), Pelé assombrou o mundo. Foram três gols em uma histórica vitória por 5 a 2, recolocando, oito anos depois, o Brasil em uma final de Copa do Mundo.
A consagração de Pelé veio justamente na final da Copa, contra a Suécia. Enfrentando os donos da casa, o Brasil saiu atrás logo aos 4 minutos de jogo. Pelé conduziu o Brasil à virada, com dois gols, e ao título mundial.
Um deles é, até hoje, um dos mais bonitos gols da história da Copa do Mundo. O placar mostrava 2 a 1 para o Brasil quando Pelé recebeu dentro da área, encobriu o zagueiro sueco e bateu de peito de pé, sem deixar a bola cair.
Em 1962, no Chile, ano do bicampeonato, teve estiramento muscular na segunda partida, diante dos tchecos. Não voltaria a atuar naquele Mundial, que o Brasil venceu com Mané Garrincha como líder.
Em 1966, na Inglaterra, mais uma frustração para o Rei do Futebol. Dois gols na partida de estreia, mas uma pancada que o tirou do segundo jogo. Voltou para enfrentar Portugal, ver a seleção sofrer três gols e ser eliminada.
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Em 1970 a consagração. Pelé foi titular em todas as seis partidas do Brasil. Foram seis vitórias, com quatro gols e seis assistências do Rei.
Fez sua despedida da seleção em 1971, diante de um Maracanã lotada. Segui jogando pelo Santos até 1974, fez sua despedida em jogo contra a Ponte Preta. Com o time fez 1116 jogos e marcou 1.091 gols.
Em 1975 iniciou um contrato especial de dois anos com o Cosmos, de Nova York, uma grande ação que promoveu o futebol ainda muito frágil nos Estados Unidos,
Fora dos gramados Pelé manteve agitada atividade publicitária, empresarial, social e até política.
Em 1977 foi nomeado embaixador mundial do futebol e fez muitos trabalhos de atuação e comerciais.
Em janeiro de 1995 foi nomeado ministro do esporte no governo Fernando Henrique Cardoso. Ficou três anos no cargo e seu maior feito foi a chamada Lei Pelé, que modernizou relações de trabalho no futebol e deu maior proteção trabalhista a jogadores.
Em 2000, foi eleito Jogador do Século pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) e foi um dos dois vencedores conjuntos do prêmio Melhor Jogador do Século da FIFA. Nesse mesmo ano, Pelé foi eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional. Em 2010, foi nomeado Presidente Honorário do New York Cosmos.
Família
Em 21 de fevereiro de 1966 Pelé se casou com Rosemeri dos Reis Cholbi e com ela teve três filhos: Kelly Cristina (1967), Jennifer (1978) e o também jogador Edinho (1970). Ficaram casados até 1980.
Entre 1981 e 1986 namorou a apresentadora Xuxa, que na época ainda era modelo. Em 1990 começou a namorar a cantora Assíria Nascimento, com quem se casou em 1994 e teve gêmeos, Joshua e Celeste.
Divorciado em 2008, iniciou novo relacionamento em 2010 com a empresária Marcia Aoki. Os dois se casaram em 2016.
Pelé teve ainda duas filhas em relações extraconjugais e polêmicas: as meninas só foram confirmadas como filhas do ‘Rei’ em disputas judiciais.
No caso mais rumoroso, Pelé descobriu ser pai de Sandra Regina Machado (1964-2006), fruto de uma traição com a empregada doméstica Anisia Machado. Pelé não reconheceu e nem teve contato com a filha mesmo após exame de DNA e um diagnóstico de câncer. Ela faleceu em 2006 sem apoio do ´pai durante tratamento.
A outra filha, Flávia Kurtz (1970) foi fruto de um caso com a jornalista Lenita Kurtz. A filha também conseguiu reconhecimento nos tribunais.
