Ter um automóvel japonês ainda é prova de status no mercado brasileiro, seja pela boa fama dos fabricantes, seja pelos projetos bem pensados. É possível encontrar bons exemplos por valores de até R$ 60 mil , um patamar abaixo do que se encontra os modelos 0km mais baratos do mercado nacional. Confira uma lista de cinco carros usados japoneses e o que achamos sobre eles.
1) Toyota Corolla
De tão valorizado, o Toyota Corolla usado não perdeu valor como modelos de outros fabricantes, então não espere encontrar uma geração mais atual.
A indicação aqui é da décima geração do carro; lembrando que trata-se do terceiro Corolla produzido no Brasil. Modelos de 2009 a 2013 são encontrados com facilidade; e seus preços variam entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
Se fossemos você, pagaríamos mais para ficar com o Altis, que se destaca por trazer banco do motorista elétrico, sensor de estacionamento traseiro e faróis de xenon, além de ar-condicionado digital e bancos revestidos de couro bege.
O sedan tem qualidades em todas as suas versões, mas, a despeito disso, indicamos as equipadas com motor 2.0 de 153/142 cv e 20,7/19,8 kgfm (etanol/gasolina), uma novidade lançada em 2011 .
A despeito de ser um 2.0, o câmbio segura o desempenho. De acordo com a marca, a aceleração de 0 a 100 km/h leva 11,6 segundos. O consumo médio é de 7,1 km/l com etanol e 10,9 km/l de gasolina – média entre cidade e estrada .
De série com esse motor, a transmissão é automática com borboletas e tem quatro velocidades Apenas o 1.8 tinha opção manual – caso você faça questão dela, não tenha medo de investir no propulsor menor. Ele tem fôlego parecido com o do 2.0 e, de quebra, consome menos.
Quem compra um sedan costuma valorizar o espaço amplo, e isso o Corolla já tinha naquela época. O entre-eixos de 2,60 metros permite levar quatro passageiros altos , enquanto o porta-malas de 470 litros ainda se destaca.
Confortável por natureza, o rodar do Toyota passa qualidade, mas sem ser devotado à esportividade, sendo assim um carro daquele tipo que não desagrada a maioria das pessoas.
2) Honda Civic
A rivalidade entre o modelo da Honda e o da Toyota não se limita aos carros novos. O Civic usado agrada mais em prazer ao dirigir, uma qualidade que acompanha o sedan desde a geração anterior à esta. Modelos fabricados em 2012 ou 2013 podem ser encontrados por valores entre R$ 53 mil e R$ 60 mil.
Embora não tenha passado pela revolução da geração seguinte, que ainda parece atual mesmo após ter saído de linha, o três volumes continua a agradar em estilo. Há uma vantagem em relação ao Corolla: é possível levar para casa uma geração mais nova do Civic . Não tem jeito, o modelo da Toyota desvaloriza menos do que barras de ouro, o que cria essa distorção em relação ao seu arquirrival.
Deixamos de lado o motor 1.8 para indicarmos o 2.0 flex. Com 155/150 cv e 19,5/19,3 kgfm , ele costuma ser encontrado com caixa automática de cinco marchas com trocas sequenciais no volante – os manuais são para os entusiastas. Pouco melhor do que o Corolla, a arrancada de 0 a 100 km/h exige 10,9 segundos.
São 7,9 km/l de consumo médio com etanol e 11 km/l com gasolina , números que não encantam, mas que são melhores que os do Corolla 2.0 indicado acima.
Os 2,67 metros de entre-eixos ajudam a levar bem cinco ocupantes, sendo que o passageiro central traseiro tem o bônus do assoalho quase plano. Já o porta-malas tem capacidade de 449 litros, bem melhor do que o Civic anterior oferecia.
Foi possível achar até carros que passaram pelo facelift, incluindo a versão top EXR , que se destacava das demais por oferecer controle de tração e de estabilidade, bancos de couro cinza claro, airbags laterais e teto solar, afora ar-condicionado digital. O acabamento interno é correto, embora não apresente muitas seções macias no painel.
Bem mais esportivo que o Corolla, o Civic é bom de curvas , algo que pode ser creditado ao sistema de suspensão traseira multilink, e tem conforto de rodagem quase tão bom quanto. A direção tem relação super direta e calibragem voltada à firmeza, algo que combina com o volante de menor diâmetro. Se você quer um sedan japonês mais esperto, fique com o Honda.
3) Honda Fit
Está com saudade de poder comprar um Honda Fit novo ? Vai ficar na saudade, mas há opções bem interessantes entre os usados. A última geração do modelo produzido no Brasil tem exemplares LX, EX e EXL por valores de R$ 60 mil, mas não se tratam do último facelift, pois são unidades feitas entre 2014 e 2015.
Para você ter uma ideia da baixa desvalorização do compacto, o Fit top custava praticamente esse mesmo valor quando foi lançado. Está certo que R$ 60 mil valiam muito mais naquela época, claro, mas é um dado curioso.
A indicação do iG Carros vai para o top EXL,versão que oferece a mais airbags laterais frontais, revestimentos de couro e controle de cruzeiro, além da câmera de ré já presente no intermediário EX.
Se você quiser um modelo manual, terá que optar por uma configuração mais simples. As caixas manuais da Honda são das melhores do mercado, contudo, o trânsito só piora em todas as grandes cidades. Pense bem.
O propulsor é sempre o 1.5 de 116/115 cv e 15,3/15,2 kgfm , números que parecem (e são) pequenos, mas que são aproveitados até a última gota pelo competente câmbio CVT. Isso não quer dizer que o hatch/van seja emocionante. A arrancada de 0 a 100 km/h toma 12 s.
Não há borboletas no volante, algo que havia na transmissão automática convencional do Fit anterior, tampouco trocas sequenciais e marchas simuladas.
Por outro lado, o consumo médio com etanol é de 9,1 km/l, índice que passa a ótimos 13,2 km/l com gasolina .
Um dos lados bons de ser um misto de hatch com minivan é o aproveitamento interno. Os 2,53 metros de entre-eixos podem não parecer tanto, contudo, é apenas uma impressão , pois os truques da Honda para abrir espaço são dignos de mágicos de festa de criança.
Dá para levar cinco ocupantes com dignidade e os assentos dos bancos traseiros podem ser rebatidos para cima , algo que serve para levar objetos altos. Pensou em um coqueirinho? Uma banqueta de bar? Enfim, o porta-malas também tem mais do que suficientes 363 litros , o maior entre os hatches compactos da sua era.
Quanto ao prazer ao dirigir, o Fit agrada pela calibragem da direção, mas nem tanto pela suspensão dura, um porém que se soma ao pequeno vão em relação ao solo.
Se a construção é elogiável, o acabamento melhora um pouco apenas na versão top indicada, uma vez que ela vem com bancos e volante revestido de couro , toques de sofisticação não presente na mais simples.
Caso você prefira um sedan, fique com o City da geração passada. Ele leva 536 litros no porta-malas e tem pinta de Civic.
4) Nissan Sentra
O lado bom do lançamento da nova geração estar demorando é que Nissan Sentra usado continua relativamente atual, uma vez que o carro saiu de linha somente em 2021.
Encontrado por valores parecidos com os do Versa/V-Drive 1.6 CVT , o Sentra pode ser alguns anos mais velho, no entanto, compensa por ser um sedan médio mais sofisticado. Não é necessário mais do que uma navegada para encontrar carros feitos entre 2014 e 2016 abaixo dos R$ 60 mil.
E ainda é tranquilo encontrar modelos da versão SL, a mais completa . A configuração traz seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina), partida sem chave, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, revestimentos de couro e teto solar, um opcional muito comum.
Só que tem uma armadilha: somente os carros 2016 têm controle eletrônico de tração e de estabilidade. Não precisa nem dizer que indicamos estes.
Quanto ao trem de força, o Sentra vem sempre com o motor 2.0 de 140 cv e 20 kgfm , independentemente se é com etanol ou gasolina. No caso do SL, a transmissão é automática do tipo CVT – sem borboletas no volante ou trocas sequenciais. O nível de desempenho está mais próximo do apresentado pelo Civic, com aceleração de 0 a 100 km/h em razoáveis 10,1 s .
Um senão é o consumo elevado com etanol, são apenas 8 km/l de média entre cidade e estrada, mas chega a 11,5 km/l com gasolina.
Por dentro, os ocupantes não vão reclamar de espaço, dado que o entre-eixos de 2,70 metros, o maior da lista. Quatro pessoas com até 1,84 metro podem ser acomodadas sem reclamações. O porta-malas de 503 litros também está acima de qualquer crítica.
A tocada do Sentra no dia a dia lembra mais a do Corolla, só que a direção tem calibragem mais pesada. Não é nada que seja um problema no segmento dos sedan médios. O interior é bem acabado e segue a realidade do Civic e do Corolla .
Mitsubishi ASX
O Mitsubishi ASX usado é o único SUV da lista e pode agradar àqueles que sonham com um utilitário japonês, mas que não estão dispostos a pagar o valor exorbitante pedido por um 0km. Vendido até o ano passado sob o nome Mitsubishi Outlander Sport , o modelo tem qualidades para ser considerado uma boa compra.
A começar pelos preços: é fácil encontrar carros de 2010 a 2012 por valores entre R$ 45 mil e R$ 55 mil, incluindo a versão top de linha. A lista de itens de série inclui ar-condicionado automático (não é digital), bancos de couro com ajustes elétricos para o motorista, faróis de xenon, sensores de estacionamento traseiros e, por último, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, além de airbags frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista. Só há um opcional: teto solar .
Outro bônus é que o ASX pode ser encontrado em versões com tração integral , um mecanismo que não o transforma em um Pajero na lama, mas que o deixa mais apto a encarar estradas de terra secas ou molhadas.
Influenciado pela entrada de ar de um avião a jato, a grade ainda empresta alguma ousadia ao visual frontal, enquanto as laterais e traseira foram praticamente mantidas no carro que se despediu no ano passado. É um visual que você acompanhou por mais de 10 anos.
Relativamente potente para a classe, o motor 2.0 rende 160 cv e 20,1 kgfm – os propulsores flex estão presentes apenas nos modelos que passam dos R$ 60 mil . Prejudicado pelo câmbio CVT pouco ágil e também pelo peso de cerca 1.400 kg, o ASX não imprime rapidez. Nem adianta usar as borboletas no volante.
Mas o desempenho anunciado pela marca até que é razoável para o porte: são gastos 11,5 s para vencer a prova de 0 a 100 km/h .
O ASX era vendido como um SUV médio na sua época, porém, seu comprimento está mais para compacto. São 4,29 metros, contra 4,26 m do Jeep Renegade , para citar um exemplo.
Sendo assim, o entre-eixos deve ser dos pequenos, certo? Que nada. Os 2,67 metros de distância ajudam a comportar quatro passageiros adultos de até 1,80 metro, mas não há sobras. Por outro lado, o porta-malas de 415 litros fica apenas na média dos SUVs compactos atuais. O único problema é o acabamento super simples.
Mais para firme do que para confortável, a suspensão não chega a repassar as imperfeições de maneira desagradável. Fique com os carros AWD, eles também são úteis para rodar no asfalto.
Fonte: IG CARROS