Numa época gloriosa, a década de 90 ainda era abastecida por modelos nacionais interessantes em meio ao começo da importação de veículos no Brasil. Com bastante variedade e com novas políticas voltadas para o processo de abertura econômica e de privatização , intensificadas no período, muitos puderam realizar o tão sonhado carro zero-quilômetro , mesmo que fosse um popular.
Veja alguns dos exemplares que fizeram parte dessa história e que hoje já podem ter a tão cobiçada placa preta de coleção.
1) VW Fusca
Sucesso mundial na década de 40, no Brasil o modelo foi produzido entre 1959 e 1986, mas voltaria ao mercado nacional em agosto de 1993 , graças à sugestão do então presidente Itamar Franco à Volkswagen. O político pediu que a marca voltasse a produzir o clássico para incorporá-lo ao segmento dos populares.
Foi uma manobra que garantiu que os motores 1.6 refrigerados a ar da VW fossem beneficiados pela mesma regra de imposto aplicada até então somente os carros 1.0 . Acabou que essa decisão beneficiou mais a Kombi do que o Fusca.
O Fusca 1993 era impulsionado pelo motor 1.6 a ar abastecido com etanol de 58,7 cavalos. Ele acelerava de zero a 100 km/h em longos 14,3 segundos, segundo dado muito otimista da VW, e tinha velocidade máxima de apenas 140 km/h. Era o mesmo motor da versão de 1986, porém com a adição de um catalisador no sistema de escapamento.
2) Fiat Tipo
Em setembro de 1993 o Fiat Tipo chegou ao mercado brasileiro, inicialmente só com três portas e mais tarde, com quatro portas, mas sempre com motor 1.6 ie com injeção monoponto (Bosch Monomotronic SPI) e 82 cv de potência . Com um desenho moderno e bem equipado, não demoraria em se tornar o importado dos sonhos do brasileiro.
Mas este sonho logo se tornaria um pesadelo por conta de incêndios que ocorreram nesses modelos 1.6 i.e . importados de 1993 e 1995. À época, foi relatado um problema era uma das mangueiras da direção hidráulica que estourava e derramava o fluido inflamável sobre o coletor de escape, causando incêndios repentinos e dando perda total do veículo.
3) Ford Verona
Após o lançamento em fins de 1992 do Escort (como modelo 1993), a segunda geração do Verona chegaria em 1993 estreando a carroceria quatro portas e design europeu, ditado pelo hatch.
Outros detalhes em comum entre os dois estavam na oferta dos motores 1.8 e 2.0 AP conforme a versão. Além da mais simples LX e a luxuosa Ghia , mais tarde a Ford lançava a versão especial “S”, com itens da Ghia e da XR3 do Escort, entre eles bancos esportivos Recaro , para-choque dianteiro, grade, faróis e volante esportivo.
Com o fim da Autolatina em 1996, o sedan da Ford só voltaria a ver o mercado brasileiro quando passou a ser importado da Argentina em 1997, com o nome Escort Sedan .
4) Honda Civic VTi
O Civic VTi começou a ser importado do Japão em 1993 somente a partir da quinta geração (denominada de EG) e vinha equipado com motor 1.6 16V com sistema de abertura variável das válvulas (VTEC) que extraia bons 160 cv a 7.600 rpm, um comportamento de alta rotação que até hoje é incomum. É esse fôlego que lhe garante atingir a velocidade máxima de 215 km/h.
Em sua lista de equipamentos era possível encontrar air bag duplo, rádio com toca-fitas, ar-condicionado, trio elétrico, freios a disco nas quatro rodas com ABS , rodas de alumínio 15″ e teto solar elétrico.
O modelo que já era um dos esportivos que mais tiveram valorização no mercado de usados, agora que já pode receber a tão desejada placa preta, poderá subir ainda mais. Só para se ter uma noção, uma unidade original, além de raríssima de ser achada, pode facilmente ultrapassar a casa dos R $90 mil.
5) VW Logus
Lançado em fevereiro de 1993 na época de alta da Autolatina, o sedan Logus era feito sobre a mesma plataforma da geração Mk5 do Ford Escort , do qual herdou sua base mecânica e suspensão. Ele durou pouco no mercado, estendendo até 1997, sendo um dos últimos frutos da joint venture entre Ford e Volkswagen.
Inicialmente foi oferecido nas versões CL, GL e GLS . A primeira (básica) era oferecida com motor 1.6 de origem Ford, de 73 cv, o AE-1600, enquanto o 1.8 AP-1800 da VW, de 86 cv, era disponibilizado para a GL e GLS, esta última bastante caprichada contando com vários itens de série, tal como o rádio toca-fitas com amplificador e equalizador, que equipava também o Escort XR3.
O belo desenho da carroceria duas portas conferia ao modelo um estilo esportivo cujo projeto teve início nos estúdios da Ghia Design , em Turim, Itália, e concretizado no Brasil pelos designers da Volkswagen, com a liderança de Luiz Alberto Veiga.
6) VW Pointer
Irmão do Logus , o Pointer surgiu em outubro de 1993 com uma carroceria hatch que dava um ar ainda mais esportivo, apesar de ser oferecido apenas com quatro portas. Também era comercializado nas versões CL , com motorização 1.8 de 86 cv, GL, que além da 1.8 havia a 2.0 de 106 cv, que estreou na linha 1994 do Logus e, por fim, a esportiva GTi , só ofertada com a opção 2.0.
O Pointer teve a vida curta por conta do fim da Autolatina , e assim as últimas unidades do hatch só foram fabricadas até o ano de 1996, o que faz dele, um modelo extremamente raro de ser encontrado, sobretudo nas versões de menor produção como a GTi.
Apesar de os holofotes estarem atualmente focados nas versões GTi do Gol , o Pointer ainda não pegou carona nessa onda de supervalorização, exceto pelas raríssimas versões do Passat GTS que levam o mesmo nome.
7) Chevrolet Vectra
Lançado em 1988 na Alemanha, a primeira versão do Vectra só foi apresentada no mercado brasileiro em fins de 1993. Sua missão era substituir o defasado Monza , o que não aconteceu num primeiro momento. Assim, a novidade ocupava um posto acima deste e um abaixo do Omega.
Foi disponibilizado em duas opções de motores: o 2.0 de 8 válvulas , reservado às versões GLS e CD , e o 2.0 com 16 válvulas , importado da Alemanha, que rende 150 cv de potência, este, exclusivo para versão esportiva GSI.
Um dos destaques do modelo, além da oferta de uma versão esportiva para um sedan com foco no luxo e conforto, era a alta tecnologia empregada, característica que marcou época na história da indústria automobilística brasileira.
8) Chevrolet Suprema
Logo após o lançamento do Omega em 1992, em abril de 1993 foi a vez da versão perua chegar ao mercado nacional. Batizada de Suprema , a station agradava pelo espaçoso porta-malas de 540 litros , sendo que, com o banco rebatido, estas medidas pulavam para 1.850 litros.
A suspensão possuía um sistema pneumático que funcionava por bomba auxiliar, que mesmo com o porta-malas carregado, mantinha o nivelamento da carroceria, favorecendo o conforto.
Assim como o Omega , a Suprema também estava disponível tanto na versão GLS e CD , com motores 2.0 de 116 cv de quatro cilindros além de um 3.0 de seis cilindros e 165 cv de origem alemã.
Fonte: IG CARROS