A família de Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, morto aos 41 anos depois de ser atropelado por um carro dirigido pelo padre Gustavo Trindade dos Santos, cobra na Justiça de Santa Cruz do Rio Pardo uma indenização superior a R$ 1 milhão por danos morais e materiais.
Além do padre, a ação é direcionada contra a Diocese de Ourinhos, responsável pela gestão da paróquia onde o padre atuava até o atropelamento.
Ângelo, que era conhecido como anjinho, teria invadido a igreja duas vezes para cometer furtos. Na segunda, foi descoberto, fugiu e foi perseguido pelo padre até o atropelamento, ocorrido em maio de 2021.
Morreu alguns meses depois e um laudo médico indica que a morte foi influenciada pelos ferimentos provocados no atropelamento. O padre é acusado de homicídio e no dia 27 passou pela primeira audiência no caso.
A ação foi apresentada em nome da mãe de Ângelo, Benedita, que terá direito a tramitação com justiça gratuita – sem recolhimento de taxas -.
Segundo o advogado José Brun Júnior, que representa Benedita no caso, os valores são estabelecidos por estimativas de tempo de vida da vítima e de extensão de danos para a mãe.
“Na condição de mãe ela tem direito à indenização por danos morais, é a pessoa mais prejudicada, é a pessoa que mais sente a perda. E em danos materiais é uma condição já reconhecida que especialmente em famílias mais vulneráveis um ajuda o noutro, há sempre uma relação de dependência entre todos”, disse o advogado ao Giro Marília.
José Brun Júnior afirmou ainda que não houve qualquer contato com a Diocese ou o padre para tratar do assunto. “O espaço adequado é o judiciário. Democraticamente, no Estado democrático de Direito, o caminho da solução é o judiciário”, afirmou.
A 3ª Vara Cível da Santa Cruz expediu no dia 24 uma citação para manifestação do padre e da Diocese, que ainda não apresentaram informações à Justiça.