Quando somos guiados em uma prática de meditação, somos conduzidos a alcançar um estado de atenção plena para nos manter no presente. Quanto mais permanecemos no presente, mais domínio exercemos sobre os nossos pensamentos, e mais nos aproximamos da nossa consciência, quem somos realmente.
E quem somos nós? – Aquele que observa. Na meditação treinamos a observação presente, para ver o que é como é. Observamos a impermanência de todas as coisas, por exemplo, os sons que chegam e que vão, as sensações da respiração que mudam o tempo todo, as imagens e tonalidades que se formam mesmo com olhos fechados, além do fluxo de nossos pensamentos, emoções e memórias que pretendemos deixar fluidos, sem que a gente pule pra dentro das histórias que eles trazem, apenas notamos e deixamos ir, continuamente.
Essa é a engrenagem clássica da técnica de mindfulness, observar o presente sem interferir nele, sem julgar, sem se identificar. Ao testemunhar o presente momento a momento, contemplamos a transitoriedade de todos os fenômenos mentais, reconhecemos o fato de que nenhum pensamento sobrevive sem a nossa atenção, enquanto buscamos sustentar a atenção para que a mente não escape para outros tempos, como por exemplo estabelecer diálogos internos com os pensamentos.
Qual o resultado disso? Nós descansamos a mente para que ela possa atuar na sua plenitude. Imagine a mente como um reservatório de todas as nossas experiencias passadas e de todos os nossos planos futuros, memórias, planos, expectativas, medos, etc. Tudo o que significamos está ali, junto e misturado. Este conteúdo todo não está organizado, por isso cientistas e budistas chamam a mente de macaco maluco, cavalo selvagem, besta louca. Quanto mais agitados e pressionados estamos, mais perdemos organização interna, mais nos distanciamos de nós mesmos, da nossa consciência e lucidez.
Quando meditamos nós damos um tempo, paramos de interagir com a mente e utilizamos a nossa atenção para nos manter apenas como observador atento do presente. Ganhamos clareza porque ficamos mais fortes para não ceder aos impulsos mentais, ganhamos espaço entre estímulo e resposta, para escolher a melhor forma de agir, em qualquer situação.
Analogicamente, imagine um jarro de água barrenta todo agitado. A água toda enlameada. A única forma de depurar a água é deixar o jarro parado, assim o barro desce e a água fica limpa. Meditar diariamente é limpar as impurezas da mente todo dia.
No meu canal do youtube – Viviane Giroto você encontra várias meditações e ensinamentos para te ajudar a colocar a meta de meditar, em prática neste ano.