O mês de fevereiro é um período atípico no país, já que além de ser o menor do ano, ainda conta com o feriado de carnaval. Em coletiva realizada nesta segunda-feira (06), Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) destacou o aumento da produção nacional , mas também a pontual aueda nas vendas em fevereiro, puxada pela sazonalidade do mês.
Um dos pontos importantes da coletiva de imprensa foi a participação da Anfavea em reuniões com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços , Geraldo Alckmin, buscando aumentar a competitividade e atrair mais investimentos para o setor, e a reunião com o Ministro da Previdência, Carlos Lupi .
A produção de veículos de passeio registrou 161 mil unidades fabricadas, um crescimento de 5,6% em relação a janeiro. Apesar de ser um período com menos dias úteis, fevereiro encerra positivo pois, segundo a Anfavea, no mês anterior, muitas férias coletivas reduziram a capacidade produtiva das fábricas.
Quando comparado à produção de fevereiro do ano passado, o último mês teve uma queda de 2,9% , mas, segundo a associação, o carnaval de 2022 aconteceu em março, o que fez fevereiro ter mais dias úteis. No acumulado do bimestre, 2023 está produzindo 0,8% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
A produção de caminhões cresceu 100% de janeiro para fevereiro, enquanto a fabricação de ônibus teve um crescimento de 60%. A comparação do bimestre em relação a 2022 é de queda de 41,6% e 37,3% em ônibus e caminhões.
A explicação para esses números foram as férias coletivas de janeiro , mas essa queda no mercado já era esperada pela associação, visto que as fábricas estão passando pelo processo de adaptação às novas regras do Programa de Controle de Emissões Veículares ( Proconve P8 ).
O emplacamento de caminhões teve uma queda de 22,5% em relação a janeiro de 2023, mas, ainda de acordo com a Anfavea, esse fenômeno é normal e já esperado, visto que já ocorreu durante a implantação do Proconve P7 . No bimestre, entretanto, o emplacamento de caminhões é 10,5% superior à 2022, enquanto os ônibus registraram aumento de 86,2%.
Somando veículos leves, caminhões e ônibus, fevereiro registrou queda de 9% nos emplacamentos de janeiro para fevereiro, e em comparação a fevereiro de 2022, quando a indústria havia sido impactada com a interrupção do fornecimento de semicondutores , a queda de emplacamentos é de 1,8%
Apesar disso, Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirma que a média diária de emplacamentos foi de 7,2 mil unidades, superando janeiro de 2023 (6,5 mil) e fevereiro de 2022 (7 mil unidades/dia).
Um dado importante exibido durante a coletiva de imprensa foi o emplacamento de veículos com “novas tecnologias de propulsão”, o que engloba automóveis e comerciais leves elétricos e híbridos.
Fevereiro apresentou 4,3 mil automóveis comerciais leves híbridos ou 100% elétricos emplacados, uma leve queda de 4,4% (cerca de 200 unidades) em relação ao primeiro mês do ano, mas um crescimento de 23,7% quando comparado com fevereiro de 2022.
De acordo com a Anfavea , o primeiro bimestre de 2023 emplacou 8,8 mil unidades de automóveis eletrificados , mais que o dobro registrado em todo o ano de 2018, e a projeção da associação é encerrar o ano com 70,5 mil veículos registrados no país. Se os números se confirmarem, o emplacamento de 2023 irá corresponder praticamente por 2018 a 2021 somados.
O valor em exportações registrou 943 milhões de dólares no mês, um crescimento de 33% em relação a janeiro de 2023 e 29% em relação a Fev/2022. Segundo a Anfavea, esse crescimento no valor foi puxado pelas exportações de caminhões, que possuem um ticket médio bem mais elevado que automóveis.
No quantitativo, somando todos automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, fevereiro registrou um crescimento de 3,8%, totalizando 34,3 mil unidades exportadas, mas ficando aquém das 41,4 mil unidades que saíram do país em Fev/2022.
Porém, comparando apenas os primeiros bimestres, 2023 registrou uma queda de 2,6% (1,8 mil unidades) em relação a 2022, o que a associação considera um cenário de estabilidade .
Fonte: IG CARROS