A Operação Apateones, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira para combater organização de fraude ao programa Auxílio Emergencial, atingiu um morador da zona oeste de Marília, que não teve seu nome divulgado, foi o alvo da Polícia Federal na cidade.
Os policiais recolheram cartões bancários, chips de celular e documentos contábeis. Apreenderam também computador e telefones. Um deles estava escondido dentro de um saco de sabão em pó.
O homem é apontado como um “laranja” do esquema e seria usado para contas fantasmas destinadas a receber dinheiro e devolver aos controladores da fraude. Receberia uma porcentagem
O esquema teria começado há três anos com um hacker, ainda adolescente na época, em Goiás, que criou programa para fraudar o sistema de pagamentos. Inicialmente o dinheiro seria lavado com criptomoedas, mas com a crise deste marcado a organização passou a usar laranjas com contas em bancos digitais.
O Giro apurou que ele abriu contas em seu nome e de terceiros e justificativa transações e faturamento com existência de uma empresa de manutenção de celulares.
No total, 200 policiais federais dão cumprimento a 47 mandados de busca e dois mandados de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas, em endereços localizados em 12 estados da Federação.
As buscas atingem Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal.
A investigação, iniciada em agosto de 2020, com base em informação encaminhada pela Caixa Econômica Federal à Policia Federal em Brasília com dados sobre 91 benefícios de Auxílio Emergencial fraudados, no valor total de R$ 54.600,00.
O dinheiro era desviado para duas contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica em Indaiatuba, foi instaurada na Delegacia de Polícia Federal em Campinas e revelou milhares de outras fraudes.
O rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos nestas fraudes estavam situados nos estados de Goiás e Rondônia, sendo este último, lugar de residência de familiares da pessoa física residente em Indaiatuba.
Em um segundo estágio da investigação, verificou-se que os beneficiários em questão receberam valores provenientes de cerca de 360 contas do Auxílio Emergencial fraudadas por meio de pagamento de boletos e transferências bancárias.
Após análises de RIFs (relatórios de inteligência financeira) e quebra de sigilos bancários, estima-se que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os R$ 50 milhões, com mais de 10 mil contas fraudadas.
A operação é resultado de uma união de esforços denominada Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, CAIXA, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União.
O objetivo da atuação interinstitucional conjunta é a identificação sistemática de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a responsabilização de seus integrantes e a recuperação de valores para o erário.
Por isso, além das medidas de busca foram autorizados pela 9ª Vara Federal de Campinas, o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados. Os 37 envolvidos na presente operação estão sendo investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa, cujas penas somadas ultrapassam 22 anos de reclusão.