A palavra compaixão nos remete muito facilmente a um tipo de bondade não disponível na vida real, como uma pessoa santa, por exemplo. Em um mundo competitivo como o nosso pode parecer ingênuo imaginar que a felicidade esteja ligada a esse tipo de habilidade, que coloca o foco no bem-estar do outro.
Diferente do que se imagina, quando agimos em direção a aliviar o sofrimento de alguém, a conexão que prevalece é a do amor, não da dor. Por esta razão a compaixão se diferencia da empatia, que em muitos casos nos coloca em sofrimento junto com o outro.
Na compaixão a motivação é agir para aliviar o sofrimento, esta ação pode ser ajeitar um travesseiro, dar um sorriso para alguém na rua, enfim, o ato comporta a clara noção de fazer a diferença. Quando nos conectamos com alguém a partir desta base compassiva, também nos abastecemos do amor que damos, geramos, armazenamos e distribuímos a energia do amor.
Para os budistas o cultivo da compaixão sempre existiu em práticas meditativas, como forma de ampliar a sua manifestação. A ciência, ao se aproximar desta abordagem, evidenciou o potencial da compaixão como habilidade, característica que pressupõe treino, caso desejemos ser hábeis para senti-la e manifestá-la em nossas vidas.
Por exemplo, descobriu-se a ativação de um composto químico no cérebro, ligado a euforia, a cada vez que praticamos a compaixão. Alem disso, quando sentimos compaixão por alguém, imediatamente recebemos o sentimento de compaixão em nós, há uma ressonância amorosa entre o que emite e o que recebe amor.
Notem, sempre que ficamos muito felizes nos esquecemos de nós por um tempo, queremos que todos ao nosso redor se sintam bem também, queremos retribuir ao universo, com um sorriso na padaria, com gentileza no Uber, com paciência nos conflitos, com um abraço amigo, tudo que possa ser compartilhado, não suportamos ser felizes sozinhos.
No meu canal do youtube “Viviane Giroto” disponibilizo várias práticas desta modalidade para você desenvolver esta habilidade e ser mais feliz.
Alguns centros de pesquisa no mundo se dedicam exclusivamente aos estudos da meditação da compaixão e da autocompaixão: “Centro de Compaixão e altruísmo” da Stanford University, (http://ccare.stanford.edu/), o “Centro de Ciência Contemplativa e Compaixao baseado na Ética” da Emory University ou o “Programa de Autocompaixao ”da Universidade dos Texas.