Marília

Sem acordo, audiência indica prazos para desocupação de ferrovia em Marília

Sem acordo, audiência indica prazos para desocupação de ferrovia em Marília

A empresa Rumo Logística e a Prefeitura de Marília apresentaram em audiência na Justiça Federal manifestação pela desocupação em curto prazo de áreas anexas à ferrovia invadidas especialmente no centro da cidade, onde o espaço abri8ga projeto cultural e uma extensão do camelódromo.

A pressão pela saída dos ocupantes provocou duas propostas, ambas com pouco futuro para o uso do espaço: a saída até fevereiro de 2024 em caso de acordo para desocupação pacífica ou a retirada o mais rápido possível, especialmente em caso de sentença para reintegração no processos judicial que trata do caso.

A expectativa neste caso, segundo dirigentes do projeto Estação, seria a retirada em até 90 dias. Uma assembleia dos envolvidos vai definir a conduta: tentar arrastar a discussão judicial ou acordo com data para saída.

Os dirigentes do projeto foram ao encontro com expectativa de negociação sobre uso do espaço até que a Rumo faça a retomada de uso da linha – desativada no ramal entre Bauru e Panorama -. Mas a empresa manifestou interesse em reintegração imediata.

A Prefeitura, que participou como interessada na discussão, também manifestou interesse na liberação do espaço para a implantação do projeto de parque linear, que prevê urbanização, ciclofaixa e outras formas de aproveitamento das áreas ao lado dos trilhos.

Não foi apresentada nenhuma opção para realocação do projeto em alguma outra área de uso coletivo no centro da cidade. Além do comércio, o projeto ocupa o espaço abandonado para ações culturais.

“Levantamos a tese de que a Rumo não tem previsão de uso antes de 2029. Também questionamos quando a obra do parque linear vai chegar até aquele ponto, mas ouvimos que independe, querem a área desocupada”, explica Ademar Aparecido de Jesus, o Dema, dirigente do projeto.

Os representantes da ocupação também lembraram caso de ocupação da ferrovia em Oriente, que teve sentença pela reintegração mas sem ordem imediata de retirada, mas ouviram que o outro caso trata de residências e não de pontos comerciais.

“Parece que estão irredutíveis. Já fomos para a guilhotina. Por onde tentamos uma alternativa, nada que sensibilizasse, que tocasse”, disse Ademar, que esteve acompanhado por um coordenador.

Os dois pediram prazo para que possam fazer uma assembleia com todos os envolvidos e segundo Ademar isso deve acontecer em 15 dias. Uma nova audiência deve ser feita no dia 1 de junho

 “Conseguimos o melhor acordo: até 2 de fevereiro estarmos com tudo limpo e desocupado. E neste dia as máquinas já entrariam aqui. Ou nós levamos decisão que vai aceitar esse acordo ou vamos aguardar sentença do juiz.”