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62% das pessoas compartilham senhas dos celulares com os parceiros

Divulgação 62% das pessoas compartilham senhas dos celulares com os parceiros
Divulgação 62% das pessoas compartilham senhas dos celulares com os parceiros


Um estudo da Kaspersky mostra que mais da metade dos brasileiros (62%) compartilham senhas do celular com seus parceiros. Mas será que isso é prova de amor? É uma prática comum que não oferece risco nenhum? Infelizmente, não. O cibercrime não respeita princípios nem valores que são básicos para a maioria das pessoas, e é importante conhecer e mitigar os possíveis problemas de uma exposição – mesmo que íntima. Com a chegada do Dia dos Namorados, a Kaspersky listou três situações amorosas para ter mais atenção.

Cuidado com o catfish!

O Brasil é o segundo país do mundo que mais usa plataformas de relacionamento, atrás apenas da Suécia. Principalmente na pandemia, muitas pessoas começaram o uso de aplicativos para se relacionar e até desenvolveram namoros. No entanto, à medida que o namoro online ganhou popularidade, a prática chamou atenção dos criminosos que começaram a explorar as plataformas para cometer crimes.

Por não saber quem está do outro lado da conversa, é preciso ter muita cautela antes de compartilhar qualquer informação pessoal – quem te garante que aquela pessoa é quem diz ser? Uma das principais ameaças que tiraram proveito do namoro online foi o doxing – que é a coleta e exposição pública de dados pessoais sem consentimento. Uma pesquisa da Kaspersky mostrou que um em cada dez usuários dessas plataformas foram vítimas desse golpe ao paquerar online.

Com relação aos apps de namoro, outro golpe que explora a facilidade de comunicação das plataformas é o sequestro. Houve uma onda de golpes desse tipo no início de 2022 – quando curiosamente estreou o documentário Golpista do Tinder, que retrata a história real do golpista israelense Simon Leviev.

Senha: compartilhar é sinônimo de lealdade?

O estudo da Kaspersky mostra que mais da metade dos brasileiros (62%) compartilham senhas do celular com seus parceiros. Mas será que esse compartilhamento é feito de forma saudável? A ideia de um relacionamento totalmente transparente é um conceito moderno e romantizado do que é o amor e serve para tentar justificar práticas como o compartilhamento de senhas e acesso a celulares.

Neste tipo de relacionamento, os parceiros não têm mais direito à privacidade e devem compartilhar tudo um com o outro como forma de demonstrar seu amor e confiança. É importante deixar claro que essa justificativa é um mito e representa um real perigo às pessoas, pois este normalmente é o primeiro sinal de insegurança do parceiro(a) e que a relação não será saudável. Em casos mais graves, esse tipo de justificativa é usada persuadir vítimas a entregar suas informações a abusadores (que são seus próprios parceiros ou parceiras).

O início de um crime

O controle do celular normalmente é apenas o início do problema real. A mesma pesquisa da Kaspersky mostrou que 25% dos brasileiros foram ou são vítimas de perseguição abusiva por meio de equipamentos tecnológicos, e as mulheres são as vítimas mais afetadas no Brasil. Nos casos mais graves, o acesso direto ao celular – tanto físico ou por meio do uso de um programa espião (stalkerware) – é apenas um facilitador para o abuso ou casos de violência doméstica. A conclusão da pesquisa da Kaspersky mostrou que, das vítimas de abuso ou violência em relacionamentos, 52% dos participantes também passam por um monitoramento das atividades digitais (por meio do celular e/ou computador).

Para saber se o celular está infectado com um stalkerware, fique de olha nos seguintes sinais:

Bateria acaba rapidamente. Superaquecimento do dispositivo. Equipamento reinicia sozinho. Plano de dados (4G) termina rápido (ou um consumo exagerado dos dados, caso seja ilimitado ou muito alto) Suspeita que alguém acessou o celular recentemente. App acessando o rastreamento GPS, mensagem de texto, gravações de chamadas ou outras atividades pessoais. Para verificar isso, revise as permissões dos programas instalados. No histórico do navegador: presença de sites desconhecidos ou ausência do histórico. Caso você seja uma vítima, a Kaspersky preparou um guia online com dicas e orientações básicas para procurar apoio especializado.

“Só nesse momento, conseguimos citar algumas ameaças relacionadas ao amor que se tornaram populares recentemente. Infelizmente, o cuidado digital é uma elemento que precisa fazer parte da nossa rotina. É muito importante se manter seguro com senhas e conexões, mantendo suas informações pessoais privadas e sendo cauteloso com solicitações desconhecidas. Ao ser proativo, você pode se proteger e ter uma experiência romântica tranquila “, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

Outras dicas de privacidade para estabelecer uma experiência de namoro segura:

Verificar informações: antes de conhecer alguém pessoalmente ou compartilhar informações pessoais, verifique sua identidade por meio de seus perfis de mídia social, pesquisa do Google ou outros métodos.

Mantenha as senhas seguras: use senhas fortes e exclusivas para todas as contas de namoro online e não use a mesma senha para várias contas.

Evite o compartilhamento excessivo: não compartilhe informações confidenciais, como nome completo, endereço e detalhes financeiros, até que você tenha construído uma relação de confiança.

Tenha cuidado com pedidos não solicitados: Desconfie de pedidos de dinheiro ou outros favores, especialmente se eles parecerem irracionais ou forem feitos no início do relacionamento.

Denuncie qualquer atividade suspeita: Se suspeitar que foi vítima de fraude de namoro online, denuncie às autoridades e à plataforma de encontros online o mais rapidamente possível.

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Fonte: Mulher