Luciane Antunes do Santos perdeu seu filho há 6 anos por um acidente de trânsito. Após passar pelo luto e morar um tempo na Argentina, a então psicóloga decidiu empreender na área da mobilidade urbana. Começou fazendo viagens de carro para colegas de seu filho de forma gratuita, com o intuito de que nenhuma outra mãe passasse pelo mesmo que ela passou. Entretanto, devido à alta demanda pelos serviços de locomoção, Luciane criou a CarSul em 2019, na cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul.
A empresa, que havia começado com 30 clientes, cresceu em quase 400% entre 2019 e 2020. No ano passado, movimentou mais de R$ 5 milhões. “Perder um filho no trânsito é uma dor que nenhuma mãe deveria sentir. Eu decidi transformar essa dor em ação. Por meio da CarSul, conseguimos conscientizar motoristas e passageiros sobre a importância do respeito às leis de trânsito e da adoção de medidas de segurança viária. Estamos muito felizes com o sucesso do nosso app e com a expansão para outras cidades. Além disso, geramos empregos e contribuímos para o desenvolvimento da região, o que é muito gratificante”, diz Luciane.
Trabalhar como motorista a ajudou a superar o momento difícil. O primeiro contato dela com a área foi na Argentina, onde morou por dois anos logo após o acidente que vitimou seu filho. Pouco tempo depois, voltou ao Brasil e montou a CarSul em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, cidade com 72 mil habitantes. Aproximadamente R$ 130 mil foram investidos na criação da plataforma. Depois disso, a empresa expandiu para outras cidades da região, como Juí, Santa Maria e Santo Ângelo.
Atualmente, a CarSul conta com mais de 1.200 motoristas cadastrados e oferece serviços como transporte individual, compartilhado e de encomendas. A empresa realiza em média 1.500 corridas por dia, com um ticket médio de R$ 16 por corrida.
No ano passado, a CarSul foi escolhida e premiada como um dos 20 melhores aplicativos de mobilidade no Brasil. Além do sucesso nos negócios, Luciane busca gerar um impacto social positivo por meio de sua empresa. Ela contrata motoristas locais, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento da região. Em 2023, a empresa planeja expandir como franquia e estima um faturamento de R$ 20 milhões.
“Olho para o que eu construí e fico orgulhosa em poder afirmar que a minha plataforma, que nasceu de uma dor, hoje ajuda a manter o trânsito mais seguro. Se tivermos consciência do que fazemos no volante e de como isso pode afetar terceiros, temos o poder de evitar desastres irreparáveis”, finaliza a empreendedora.
Fonte: Mulher