Marília

Justiça marca Júri para coronel acusado de morte em motel de Marília; perito particular será testemunha

Justiça marca Júri para coronel acusado de morte em motel de Marília; perito particular será testemunha

A Primeira Vara criminal de Marília, responsável também pelos processos do Tribunal do Júri Popular na cidade, marcou para o dia 26 de setembro a sessão de julgamento do coronel da reserva Dhaubian Braba Brauioto Barbosa, acusado de matar o ajudante Daniel Ricardo Silva e adulterar a cena do crime no motel Fênix de Marília, dirigido pelo coronel onde Daniel vivia como funcionário de Dhaubian. O coronel nega o crime e aponta legítima defesa.

A sessão será feita a partir de 9h no plenário do júri no Fórum de Marília. No mesmo despacho, a juíza Josiane Patricia Cabrini Martins Machado deferiu requerimentos do Ministério Público e da Defesa, especialmente em relação a novos depoimentos.

Uma das testemunhas será o perito criminal Sergio Andrés Hernandez Saldias, que a defesa do coronel chegou a apontar como assistente da acusação, mas que deve ser ouvido como testemunha, inquirido tanto pela defesa quanto pela acusação.

Saldias, que tem sua base de atividade em Bauru, atua como perito particular com participação em diferentes casos, além de consultoria e participação em veículos de comunicação.

A defesa pediu ainda apresentação de roupas, utensílios encontrados no local e/ou com a vítima, além dos materiais apresentados pela filha do acusado. A juíza atendeu desde que não haja oposição do representante do Ministério Público e abriu prazo de três dias para esta manifestação.

Por fim, a decisão estabelece ainda que Dhaubian segue preso até o julgamento, uma condição que já dura quase dois anos – ele foi preso em novembro de 2021, poucos dias após a morte de Daniel -.

“Há prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, tanto que o réu foi pronunciado, tratando-se de delito apenado com reclusão, com pena máxima abstratamente prevista superior a 4 (quatro) anos, sendo imprescindível, portanto, a manutenção da prisão como forma de preservação da ordem pública”, diz a decisão.

A juíza apontou ainda “patente a periculosidade do acusado, eis que, segundo denúncia, impelido por motivo torpe, aguardou a chegada da vítima e, ao avistá-la, desferiu, contra ela, quatro disparos de arma de fogo”.

Diz também ser óbvio “que a sociedade, corre risco com sua soltura” e lembra que o coronel é acusado de alterar a cena do crime com objetivo de produzir efeito em processo penal. “O que evidencia que, solto, traz risco à instrução processual”. A defesa nega a adulteração e questionou a perícia.

O caso teve ainda desdobramentos como averiguação de uma coleção de armas do coronel, colecionador e caçador autorizado.

A vítima, com família em Itápolis era egresso do sistema presidiário, trabalhava como ajudante em uma empresa de obras de Dhaubian, que também dirige rede de motéis, incluindo Fênix, onde Daniel vivia.

Ele já havia prestado serviços a Dhaubian antes mesmo de ser posto em liberdade. Iniciou o relacionamento com Adriana, companheira de Dhaubian, e na manhã em que foi morto retornava de Assis, onde passou a noite com ela, também policial militar, em um motel.

A MORTE

Daniel foi morto por volta de 6h10 do dia 31 de outubro de2021 quando chegava ao motel, ao lado da rodovia SP-294 e em frente ao presídio da cidade. Caminhava pelo corredor até o quarto em que vivia quando encontrou Dhaubian.

Foi alvo de quatro disparos, que atingiram de raspão no ombro esquerdo, região abdominal direita, bem como pelas costas, e de forma fatal, no glúteo esquerdo e região sacral à direita.

Daniel caminhou um pouco e morreu próximo à parede uma suíte. Dhaubian é acusado de adulterar a cena e deixar no local uma pistola que era usada por sua companheira. Deixou o local e só apareceu dias depois para depor e ser preso. O coronel nega a adulteração e diz que atirou em legítima defesa.